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O segundo trimestre da safra é prioritário porque equivale ao principal período de moagem da matéria-prima do etanol e do açúcar, quando as unidades produtoras estão no chamado ‘pico’ de moagem e produção do adoçante e do biocombustível.
Mas o segundo trimestre da 16/17 também foi acometido por fenômenos climáticos como geada e chuvas. No caso das geadas, elas afetaram boa parte dos canaviais do interior paulista, o que prejudicou também a matéria-prima das quatro gigantes do setor sucroenergético, já que possuem unidades produtoras no estado de São Paulo.
Confira quando as players em moagem de cana programam a divulgação dos resultados do 2T17:
Biosev: a divulgação dos dados está programada para 09/11.
São Martinho: programa a divulgação dos dados em 09/11 e em 10/11 ocorrerá a teleconferência sobre os resultados do período.
Como vai a safra 16/17 para as 4 companhias:
Raízen
Segundo informações referentes ao 1T17, referente a abril a junho últimos, a Raízen registrou EBITDA ajustado, excluindo os efeitos da variação do valor justo do ativo biológico, de R$ 729 milhões (+110%).
Com a antecipação do início da moagem em algumas usinas para março, foi possível atingir um nível de moagem plena já no início do 1T17, ao contrário do ocorrido na safra anterior quando houve postergação do início da moagem. Desta forma, a moagem cresceu 16% e alcançou 22,4 milhões de toneladas, possibilitando o aumento da produção e venda de produtos próprios, motivadas também por melhores preços no período.
A produtividade agrícola se manteve em níveis elevados e o mix de produção segue focado na maximização da produção de açúcar (55% açúcar vs. 45% etanol).
Biosev
O 1T17 da Biosev registrou moagem de 9 milhões de toneladas, 9% acima do mesmo período da safra 15/16. Segundo a companhia, o 1T17 registrou alta na receita de açúcar em 25%, com 13% de aumento de preços. A receita com etanol também avançou no período, em 18%, devido ao aumento nos preços em +15%.
A produtividade agrícola registrou recorde de 91,3 ton/ha (+9% ante o 1T16).
São Martinho
Para a São Martinho, o desempenho do 1T17 resultou em EBITDA ajustado de R$ 333,8 milhões (margem EBITDA de 47,0%), representando um crescimento de 48,3% em relação ao 1T16.
Segundo a companhia, o aumento do indicador foi resultado do maior volume de vendas de açúcar e etanol combinado com melhores preços comercializados no período.
No 1T17, cujos resultados foram divulgados em 08/08, a São Martinho processou 8,2 milhões de toneladas, 10,5% acima das 7,4 milhões de toneladas de mesmo período da safra 15/16.
Tereos
No 1T17, a Tereos Internacional, subsidiária do grupo francês Tereos que controla no país a Guarani, obteve lucro líquido de R$ 65 milhões. No mesmo período da temporada passada, a companhia havia registrado um prejuízo de R$ 141 milhões.
O resultado líquido positivo foi reflexo da recuperação de todas as divisões da companhia, que melhoraram o desempenho diante de ganhos de eficiência e do cenário mais favorável de preços. Enquanto o preço do açúcar subiu 30% no trimestre, os do etanol se sustentaram no período diante das chuvas de junho, que limitaram a colheita de cana e a produção do combustível.
No Brasil, a Tereos processou no trimestre 17% a mais de cana do que no mesmo período do ano passado por causa do clima mais seco, favorável para as operações, e por causa da melhora de performance operacional.