Com data marcada para entrar em extinção, após a chegada dos elétricos, os motores a combustão podem ganhar uma sobrevida e ainda deixar de ser o grande vilão da emissão de CO2.
Tudo, porém, vai depender do desempenho, em escala industrial, da gasolina sintética, feita a partir de uma mistura de hidrogênio verde e dióxido de carbono (CO2). O primeiro é obtido da água por meio de um processo de eletrólise (que separa o hidrogênio do oxigênio) com a utilização da eletricidade de origem eólica.
Já o CO2 é capturado do ambiente por meio de um processo de filtragem. A combinação de ambos, mediante um processo de síntese, gera metanol, do qual se obtém a gasolina que pode ser usada em qualquer veículo. Observem que o petróleo não foi mencionado em nenhuma das etapas. Isso porque ele é totalmente dispensável.
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E assim está pronto o e-fuel, bem semelhante a gasolina convencional que existe hoje, porém com uma grande diferença: ele é mais limpo e neutro em carbono. Inclusive, ele é 100% compatível com os motores dos veículos atuais, sem a necessidade de fazer modificações.
A gasolina sem petróleo também pode ser usada em caminhões, navios e aviões, com o processo de abastecimento podendo utilizar a mesma infraestrutura atual de oleodutos e postos de combustíveis. Além de ser um combustível com produção sustentável, a fabricação também retira do ar 230 mil toneladas por ano de CO2.
A primeira planta para produção em escala industrial do e-fuel, foi inaugurada no final de dezembro do ano passado, em Punta Arenas, extremo sul do Chile. A empresa chilena HIF (Highly Innovative Fuels) iniciou oficialmente a produção.
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O projeto, iniciado em 2021, recebeu um aporte de US$ 260 milhões e tem entre suas principais investidoras a montadora alemã Porsche. Apesar da tendência de que o mercado automotivo migre gradativamente para os veículos elétricos, a Porsche e outras marcas também estão investindo em novas tecnologias de produção de combustíveis sintéticos e mais limpos, que ajudem a reduzir a quantidade de poluentes despejados na atmosfera. Atualmente, existem mais de 1,3 bilhão de veículos com motores a combustão no mundo, fatia que este novo combustível busca atender.
Durante a fase piloto atual, está prevista a produção de cerca de 130 mil litros de e-fuel por ano. A expectativa é que esse volume suba para 55 milhões de litros por ano até meados desta década. Até 2027, esse montante deve alcançar 550 milhões de litros.