“Acreditamos que o setor poderá atingir 600 milhões de tonelada com ganhos de produtividade acumulados em 2 anos de 15%, mesmo com uma redução de área“.
Essa é a expectativa da FG/A, constante em seu relatório mensal referente a dezembro de 2022, que traça uma panorâmica do mercado de açúcar e etanol na safra 2022/23 abordando também algumas perspectivas em relação à safra 2023/24.
O relatório aponta o acerto na expectativa apresentada pela consultoria quanto à safra atual, que deve encerrar com 547 milhões de toneladas no Centro-Sul. Desde o início da temporada, foram processadas 539 milhões de toneladas, volume 3,1% superior ao registrado no mesmo período na safra 2021/22.
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O documento avalia que “poucas unidades devem seguir operando em janeiro e fevereiro devido às chuvas. O volume residual deverá ser processado em março com o retorno de parte das unidades que necessitam iniciar mais cedo a safra para conseguir processar toda a cana disponível”.
Para a FG/A o comportamento climático é um dos principais fatores que irão determinar o volume de cana disponível. “No Noroeste de São Paulo, uma das principais regiões produtoras, por exemplo, a quantidade de chuvas observada nos últimos dois meses de 2022 se encontra no maior nível observado desde 2017, com volume 32% superior ao registrado no ano de 2021. Além disso, a precipitação tem sido mais constante desde meados de setembro, isso auxilia no maior desenvolvimento da planta“, informa o relatório que também considera importante o nível de renovação do canavial.
“Devido ao stress climático ocorrido na 2021/22, para uma recuperação mais rápida do canavial, o índice de renovação teve que ser aumentado, reduzindo a área de corte na 2022/23, mas agora culminando na retomada da área (cerca de 2% adicional) combinado com menor idade média”.
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Além dos ganhos de produtividade acumulados em 2 anos de 15%, mesmo com uma redução de área, o relatório estima que “devido a esse maior volume de cana, os custos unitários devem se reduzir na safra 2023/24, dada a diluição dos custos fixos que são representativos no setor”.
A FG/A aposta numa safra com aumento da produção de açúcar. “Mesmo com o retorno dos impostos nos combustíveis, há prêmio para o açúcar. Dessa forma, esperamos uma safra com maximização da produção da commodity, que deve ter ao menos sustentação de seus preços devido ao cenário de aperto da oferta de açúcar no mercado mundial no curto e médio prazo”, estima a consultoria.