Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior – sistema Siscomex – mostram que, de janeiro a abril de 2023, o faturamento em dólar do setor cresceu 4,3% frente ao mesmo período do ano anterior, sendo puxado pelo aumento do volume – de 9,8% –, visto que os preços em dólar caíram 5%.
Em moeda nacional, o faturamento apresentou alta de 4,9%.
De acordo com os pesquisadores, os produtos que mais contribuíram para o aumento do volume exportado foram o milho (os embarques cresceram expressivos 144%), o etanol (+74%), o óleo de soja (26,1%), a carne suína (+16,4%), a carne de frango (+13,4%), celulose (+9,8%), soja em grãos (+3,3%), açúcar (+2,5%) e farelo de soja (+1,1%).
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Quanto à queda no preço médio pago pelos produtos do agronegócio brasileiro, pesquisadores do Cepea indicam que esse movimento se deve ao arrefecimento na taxa de crescimento da demanda internacional em 2023 e também ao avanço da produção mundial.
A taxa de crescimento das economias ao redor do mundo tem diminuído, resultando em menor pressão de demanda sobre os preços das commodities. Do lado da oferta, os elevados preços praticados em 2021 e 2022 motivaram o incremento da produção em importantes países.
No Brasil, confirma-se o avanço superior a 14% na safra de grãos, sendo que a produção de soja cresceu mais de 20% no ciclo 2022/23. No entanto, preocupações de ordem sanitária e fitossanitária seguem na agenda dos produtores, principalmente devido ao surgimento de casos de influenza aviária em aves silvestres no país.
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Quanto ao câmbio, a expectativa dos agentes do mercado financeiro é de que se mantenha próximo a R$ 5 neste ano, podendo ficar abaixo desse patamar caso o programa de controle da dívida pública seja eficiente. Além disso, a inflação deve se manter mais comportada, por conta da esperada estabilidade do dólar e do arrefecimento dos preços das matérias-primas.
Ao setor agroexportador, após ser agraciado por uma produção recorde, resta esperar que os preços no mercado internacional não sejam demasiadamente depreciados para que possam superar o recorde valor do faturamento externo obtido em 2022.