O valor exportado pelo agronegócio brasileiro alcançou US$ 9,9 bilhões em fevereiro deste ano, o que representa redução de 5,6% em relação aos US$ 10,48 bilhões exportados em fevereiro de 2022. A queda ocorreu, principalmente, devido ao índice de quantum, que diminuiu 11,7% na comparação entre os meses de fevereiro de 2022 e 2023.
Os três produtos que registraram maior redução no volume exportado foram: soja em grãos (-1,07 milhão de toneladas), açúcar de cana em bruto (-615,96 mil toneladas) e trigo (-283,53 mil toneladas).
O índice de preço das exportações subiu 6,9%, abrandando a queda nas vendas externas.
No acumulado do ano, as exportações brasileiras do agronegócio alcançaram recorde para o primeiro bimestre: US$ 20,1 bilhões. Destaque para as exportações recordes de farelo e óleo de soja, carnes de frango e suína, milho e celulose.
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O complexo sucroalcooleiro teve participação de 6,2% nas exportações do mês e foi na quinta posição entre os principais setores exportadores. No grupo, os preços internacionais do açúcar estão pressionados diante da baixa oferta mundial do produto no curto prazo. A produção da Índia e da União Europeia deve declinar enquanto a demanda chinesa pelo produto tende a aumentar, devido a problemas internos na produção.
A Organização Internacional do Açúcar (OIA) reduziu a projeção de superávit para a temporada mundial (2022/23).
Em novembro do ano passado, a organização estimava superávit de 6,19 milhões de toneladas, ao passo que o relatório divulgado em fevereiro de 2023 indicava 4,15 milhões de toneladas, queda de 32,9% em relação às expectativas iniciais.
Nesse cenário, o Brasil exportou US$ 516,42 milhões de açúcar (-23,5%), em função da queda do volume exportado de 1,72 milhão de toneladas em fevereiro de 2022 para US$ 1,15 milhão de toneladas em fevereiro de 2023 (-33,4%).
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Os principais importadores de açúcar foram: Marrocos (US$ 67,92 milhões; +123,0%); Arábia Saudita (US$ 42,19 milhões; +17,1%); Nigéria (US$ 39,93 milhões; -36,6%); Argélia (US$ 28,26 milhões; -56,0%); Mauritânia (US$ 28,10 milhões; +233,3%). Ainda no setor, as vendas externas de álcool subiram 92,7%, chegando US$ 99,05 milhões.
O crescimento é praticamente em função da expansão do volume embarcado, que subiu de 58,62 mil toneladas em fevereiro de 2022 para 110,62 mil toneladas em fevereiro de 2023 (+88,7%).
Os Países Baixos importaram o maior volume, 57,8 mil toneladas (+2.485,6%), seguidos da Coreia do Sul (12,94 mil toneladas; -55,8%); Cingapura (7,74 mil toneladas; praticamente não houve aquisições em fev/22); Venezuela (4,83 mil toneladas; não houve aquisições em fev/22); Porto Rico (3,95 mil toneladas; +20,7%).
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Importações
As importações de produtos do agronegócio, por sua vez, subiram de US$ 1,25 bilhão em fevereiro de 2022 para US$ 1,37 bilhão em fevereiro 2023 (+7,2%). Ademais, houve importação de inúmeros insumos necessários à produção do setor.
As importações de fertilizantes foram de US$ 937,01 milhões em fevereiro de 2023: redução de 42,3% em comparação com os US$ 1,62 bilhão importados em fevereiro de 2022.
Os preços dos fertilizantes estão em queda no mercado internacional e, no caso dos fertilizantes importados pelo Brasil, houve queda de 19,7% nos preços médios de importação. Além da diminuição dos preços, houve redução de 28,2% na quantidade adquirida.
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Os principais fertilizantes importados foram: cloreto de potássio para uso como fertilizante (US$ 375,51 milhões; -32,5%); diidrogeno-ortofosfato de amônio, inclusive misturas com hidrogeno-ortofosfato de diamônio (US$ 204,94 milhões; +31,1%); ureia, mesmo em solução aquosa (US$ 153,02 milhões; -66,8%).
Além de fertilizantes, houve aquisições de diversos outros insumos: produtos da posição 3808 (US$ 194,97 milhões; -46,1%) e diversos outros componentes do Capítulo 29, que totalizaram quase US$ 300 milhões em importações; nutrição animal (US$ 201,68 milhões); máquina e implementos agrícolas (US$ 79,88 milhões); dentre outros.