[Atualizado às 14h57 de 06/02/2018]
JornalCana publica a seguir pesquisa sobre como está a remuneração de profissionais do setor sucroenergético brasileiro.
Divulgado com exclusividade, o trabalho foi realizado em 2017 pela consultoria organizacional Korn Ferry e revela, por exemplo, que empresas do setor sucroenergético pagam menos para sua alta gerência do que outros setores, como os de óleo e gás e de mineração.
A Korn Ferry trabalha com grandes corporações como a Petrobras, que anunciou a contratação da consultoria, em janeiro último, para selecionar um novo diretor de Governança e Conformidade.
A pesquisa de remuneração Club Survey Sucroenergético foi produzida pela Korn Ferry com 14 empresas que integram 94 unidades entre agrícolas, industriais e escritórios. Foram consideradas na pesquisa 94.495 pessoas.
O catálogo do trabalho integra 561 cargos. Das empresas consultadas, 42% delas têm até 5 mil funcionários.
Metodologia da pesquisa
Diferenças setoriais
ENTREVISTA
Pesquisas da Korn Ferry no setor serão realizadas nos próximos anos
Em entrevista ao JornalCana, Mauro Pires, líder de soluções da Korn Ferry para Agronegócios, e Raquel Marcondes, especialista da Korn Ferry para o setor de Agronegócios, explicam mais a respeito da pesquisa.
JornalCana – É a primeira pesquisa da Korn Ferry relacionada ao setor sucroenergético? Se sim, a empresa pretende realizar outras? Se sim, daqui quanto tempo?
A Korn Ferry através da sua divisão de negócio Hay Group, especializada em pesquisas de remuneração e benefício atende algumas das principais empresas do setor há mais de 10 anos. Além de demandas voltadas para remuneração, também apoiamos as empresas em outras soluções para o setor, tais como: pesquisa de engajamento, desenvolvimento de liderança, planos de sucessão e projetos de estrutura e dimensionamento visando uma gestão eficaz da força de trabalho.
Em agosto de 2013 iniciamos nossa primeira aproximação com as 10 principais Usinas para a criação de um grupo de trabalho estratégico com objetivo de construir um estudo de remuneração e benefícios, porém neste período o setor atravessava um momento de incertezas e riscos.
Em meados de 2016 com a retomada e novos investimentos no setor, além da chegada de novos players (competidores) reiniciamos nossa aproximação com o grupo de empresas. Este esforço em conjunto com os executivos e profissionais de RH renderam frutos e maio de 2017 realizamos o 1º Estudo Setorial de Remuneração – Sucroenergético, contando com 14 Usinas de grande e médio porte do setor, abaixo alguns highlights da pesquisa:
- 14 empresas
- 2 grandes regiões contempladas: Estado de São Paulo e Centro Oeste.
- 92 unidades entre agrícola, industrial e escritórios
- 495 mil ocupantes representam o total da amostra
- 439 cargos pesquisados
- Duração do projeto: 4 meses
A entrega do estudo de 2017 ocorreu no escritório central da Korn Ferry em São Paulo para um público de 40 pessoas, contando com a participação de executivos e profissionais de RH, além do time Korn Ferry envolvido no estudo.
O projeto de 2017 foi um sucesso e a parceria com 90% das empresas participantes foi renovado para os próximos 03 anos (2018, 2019 e 2020), grande objetivo é manter a qualidade do estudo e principalmente agregar nossos desafios e temas estratégicos do setor, como por exemplo a Reforma Trabalhista, RenovaBio, entre outros.
JornalCana – Fique à vontade para discorrer mais sobre o setor sucroenergético.
O Sucroenergético está entre os principais impulsionadores do setor agroindustrial no país, representando 2% do PIB, além de ofertar milhares de emprego e impulsionar o crescimento econômico. O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, representando 40% da produção mundial, também se destaca a capacidade de produção do açúcar, responsável por 20% da produção global. Quando o assunto é Etanol, estamos em 2º lugar no ranking mundial (matéria-prima: cana-de-açúcar) apenas atrás dos Estados Unidos (matéria-prima: milho).
Vale destacar a relevância do Estado de São Paulo como maior produtor de cana de açucar, responsável por 55% da produção brasileira.
Abaixo gráfico detalhado:
Outro tema que vem revolucionando o campo e agitando o agronegócio é a transformação digital, gigantes mundiais do setor estão investindo bilhões de dólares em startups disruptivas com processos inovadores, instaladas na sua maioria no poderoso Vale do Silício na Califórnia. A inovação tecnológica nos sistemas agrícolas busca o ganho de eficiência, produtividade, automação, contando com o apoio de e drones e robôs.
Este grupo de empresas AgroTech vem investindo em vários campos de atuação, abaixo alguns exemplos:
- Tecnologia de solo;
- Biomassa;
- Proteína sustentável;
- Desperdício e desempenho da safra;
- Mapeamento de gado através de tecnologia em nuvem.
Soma-se a esses elementos destacados acima uma responsabilidade cada vez maior com o meio ambiente, reforçado pelo acordo de Paris e RenovaBio.