A colheita da cana está chegando ao fim em várias regiões de São Paulo. A estiagem reduziu o tempo de duração da safra. Os agricultores também enfrentaram o problema das queimadas fora de hora.
O trabalho de moagem está terminando com balanço negativo na usina em Pitangueiras, no nordeste do estado. A expectativa era chegar a 2,7 milhões de toneladas de cana. Mas a colheita será menor do que o previsto. A estiagem prolongada quebrou a safra e um reflexo da seca agravou ainda mais a situação. As queimadas destruíram vários canaviais da empresa.
As usinas do estado já colhem 85% da produção com máquinas e só usam o fogo para o corte da cana feito por trabalhadores. Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), desde o início da safra São Paulo registrou quase três mil focos de queimadas em canaviais, com aumento de 140% em relação ao mesmo período do ano passado.
Muitos incêndios aconteceram em canaviais que ainda não estavam em ponto de corte. Cinco por cento da área plantada no estado pegou fogo antes da cana atingir a maturação ideal para o corte. Os incêndios e a estiagem causaram queda de 15% na produtividade no campo. As usinas estão colhendo uma média de 71 toneladas por hectares.
“A cana ainda tinha um potencial de aumento da produtividade agrícola. Em muitas das áreas que foram colhidas, se a cana permanecesse para colher no ponto certo, teria no mínimo mais nove toneladas a mais. Isso trouxe um prejuízo adicional da ordem de R$ 1,7 mil por hectare/litro”, calcula Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da ÚNICA.
A colheita da cana em São Paulo deve estar totalmente concluída em novembro. Segundo a UNICA, entidade que representa as usinas, a quebra deve chegar a 40 milhões de toneladas.
(Fonte: G1)