Seja na produção de energia elétrica, seja na substituição de combustíveis de origem fóssil, ou na produção de insumos para a agricultura, no caso os biofertilizantes, a análise de especialistas, durante participação de evento denominado “O Futuro do biogás”, é que o mercado de biogás apresenta perspectivas de crescimento em 2023.
Na avaliação de Bernardo Marangon, sócio administrador da Exata Bioenergia, dependendo das condições, o biogás acaba tendo rentabilidade melhor que a energia solar, embora tenha uma complexidade maior.
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“Dependendo das condições como você estrutura o projeto ele acaba tendo uma rentabilidade melhor do que a solar, só que a complexidade com biogás é muito maior. Existe uma série de aplicações e o biogás cresceu muito em função da geração distribuída, embora o segmento sofreu recentemente uma alteração do ponto de vista de compensação dos créditos com a publicação da Lei 14.300 que criou uma fase agora de transição e redução da compensação. Nesse sentido, a gente vai ter que buscar projetos que sejam mais competitivos“, disse Marangon.
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Para o diretor do Instituto Totum, Fernando Lopes Giachini, a legislação não inviabiliza a aplicação do biogás na energia.
“O que era um ótimo negócio se torna bom negócio. Quer dizer, não tende a inviabilizar o setor. Então energia elétrica é uma excelente saída para biogás principalmente em pequena escala” disse.
Cícero Bley, diretor da Bley Energias, destaca a versatilidade do produto e sua aplicação além da energia elétrica. “Temos um componente hoje muito claro da maior dificuldade do setor industrial brasileiro de acesso à lenha. E uma das características do biogás é poder substituir a lenha com grande facilidade”, pontua Bley.
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Jaime Finguerut, diretor do Instituto de Tecnologia Canavieira ITC, lembrou que um dos setores pioneiros na geração e venda de energia elétrica distribuída foi o setor canavieiro, “que ainda é extremamente importante no balanço energético nacional“.
“Haveria uma sinergia muito boa entre o biogás e o aproveitamento da palha da cana. Esse é um assunto extremamente sub considerado em termos de investimentos e tem um potencial enorme”, disse Finguerut.
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Airton Kunz, professor e pesquisador da Embrapa, mencionou também sobre o aproveitamento do calor excedente desse sistema de geração.
“O calor excedente desse sistema de geração vem sendo jogado fora sendo desperdiçado. Calor é energia e vale dinheiro, então acho que é importante os processos produtivos as cadeias que usam nesse arranjo olhar com cuidado e atenção quanto a possibilidade de utilizarmos o calor dentro dos processos produtivos”, afirmou o professor.