Henrique Berbet de Amorin Neto, diretor da Fementec abriu o 5 Curso de Processos, Fermentação e Produção de Etanol realizado ontem, dia 20 de setembro, traçando um panorama sobre a evolução da fermentação industrial no setor a partir de antigos métodos como os processos de fermentação com e sem reciclo.
Ele afirma que monitorar as leveduras, melhora o desempenho e seleciona leveduras robustas e adaptadas para cada destilaria. “Nisto está a importância de fazer a cariotipagem para que você saiba que tipo de levedura está no processo de fermentação. Processo este, que quando não aplicado faz com que 91% das leveduras selvagens/contaminantes tenham algum problema: floculação, espuma e sobra de açúcares no vinho”, explica.
Confira outros destaques abordados durante o curso:
Lucro de 800 mil reais com redução de perdas
A Usina Santa Terezinha – unidade Paranacity (PR) reduziu cerca de 1.15% as perdas em seu processo fermentativo gerando um lucro da ordem de 800 mil reais durante a safra 2017/18. “O controle integrado de todo o processo de fermentação e destilação garantiu as melhores condições operacionais para o setor industrial da usina e resultou em redução das perdas”, explica o engenheiro químico e consultor de negócios da Soteica, Douglas Castilho Mariani.
Menor uso de ácido sulfúrico
Este é o caso do coordenador de produção da Usina Rio Pardo, de Cerqueira César (SP), Bruno Henrique Francisco. Ele utilizou durante a safra 2016/17 e na atual 2017/18 um sistema que identifica alguns dos males que a dosagem excessiva de ácido sulfúrico causa na morfologia da levedura durante o seu tratamento. A aplicação do processo resultou em uma redução relevante no custo do processo de fermentação.
Controle e medição de contaminação
Fazendo uso de uma técnica intitulada SUKKARBIO, que automatizou o processo de controle e monitoramento de fermentação etanólica de uma usina do interior paulista, a diretora técnica da ALSUKKAR, Eloisa Mocheuti Kronka, obteve redução de custo de 2,60 reais por metro cúbico de etanol. A técnica é preventiva e promete quebrar antigos paradigmas do processo de fermentação para produção de etanol em usinas de cana.
Controle de perdas industriais
Guilherme Leira, diretor da Support Engenharia elencou três fatores fundamentais para equilibrar o processo industrial. O primeiro é conhecer o estágio de integridade do equipamento. “É preciso ter zêlo com os equipamentos. Os gestores devem selecionar bem quem eles delegam para operar os equipamentos, evitando assim acidentes”, alerta. Outro fator é conhecer, divulgar e treinar os operadores quanto aos riscos e saber como preveni-los. E em terceiro lugar, não sobrecarregar a capacidade operacional dos equipamentos gerando riscos adicionais e materializando acidentes com consequências não previsíveis.
Redução de custo não pode afetar tratamento do caldo
Para ser eficaz e resultar na máxima produção de açúcar e etanol que uma usina pode fazer, o tratamento do caldo feito de forma correta, mostra-se imprescindível. “Há uma geração de novos gestores que está em busca de reduzir custos do processo de tratamento do caldo a qualquer custo. O resultado é um caldo clarificado de péssima qualidade, que acaba dando prejuízo, porque redunda em subprodutos de baixa qualidade que serão vendidos mais baratos”, critica José Ieda Neto, engenheiro químico e consultor industrial.
Tratamento de caldo adequado gera lucro
Para fabricar os subprodutos da cana-de-açúcar que melhor rentabilizam é preciso alcançar máxima eficiência industrial. O açúcar Tipo 2 (Branco), por exemplo, é o alvo de muitos técnicos, pois sua qualidade confere à unidade produtora maior rentabilidade financeira. Porém, independente da quantidade de cana-de-açúcar processada por uma usina, são os detalhes do processo que podem definir maior ou menor rentabilidade. As informações são do engenheiro químico e pós-graduado em Gestão de Produtividade e Qualidade, Alberto Shintaku.
Minimização de perdas previne incêndios
Ocorrências de incêndio em área de destilação ou estocagem de etanol são comuns atualmente. Isso gera um alto custo às usinas, ainda que os incêndios não ocorram, já que os seguros que cobrem tais acidentes em destilarias e tanques possuem alto custo. É o que afirma Thales Barreto, presidente da Velho Barreto e Associados Consultoria e Projetos. De acordo com Velho Barreto a solução para área de destilaria se encontra no sistema que faz um reparo nos condensadores para evitar as perdas de vapor e recuperar o etanol e em outro que prevê incêndios.
A cobertura completa das palestras será publicada em breve na edição de outubro do JornalCana.
A ProCana Sinatub promoverá seu próximo curso, cujo temo é Recepção, Preparo e Extração no dia 29 de novembro, para mais informações clique aqui.