O Estado de São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar do país, articula medidas para o fortalecimento da inserção da biomassa na matriz energética estadual.
O potencial para o crescimento desta fonte é evidente. A produção paulista de cana-de-açúcar representou 53% do total nacional, segundo informações da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
Números que confirmam a viabilidade da inserção da biomassa em uma matriz energética sustentável.
Abaixo confira o atual panorama da produção de biomassa e cogeração em São Paulo e a participação desta energia na rede elétrica do Estado.
Os textos e gráficos abaixo são exclusivos para assinantes:
Mapa das térmicas a biomassa
Produção e Consumo de energia da biomassa em SP
A demanda por energia da biomassa nos próximos 20 anos
O cenário
As pressões políticas e mercadológicas não impediram a expansão da produção canavieira no Estado de São Paulo. A crescente oferta desta matéria-prima é atrativa para o segmento energético, oportunidade para as usinas e as indústrias de base estruturarem este segmento em franca expansão no país.
O Estado de São Paulo é o principal produtor de cana do país. O usinas paulistas cresceram em 47% a produção de cana-de-açúcar nas últimas 11 safras. O Estado na última safra foi responsável pela produção de 59% da cana no Centro-Sul.
Mapa da térmicas de cana em SP
Cerca de 20% da térmicas a biomassa de cana no Estado de São Paulo estão concentradas na região de Morro Agudo.
Região na qual estão presentes 34 usinas, pertencentes a uma das cinco regiões administrativas do entorno, nas quais é exportado o montante de 765 MW para o sistema elétrico estadual.
Segundo levantamento da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo (SEE), existe potencial para exportação adicional, na região, de mais 237 MW, através do crescimento de geração de 24 usinas com capacidade já instalada para maior produção.
No total 166 usinas de biomassa de cana estão instaladas em São Paulo, confira o mapa com distribuição municipal destas.
O Mercado do bagaço de cana
Cada vez mais valorizada pela diversificação industrial, a biomassa de cana tem apresentado crescimento exponencial na produção e demanda pelo bagaço de cana-de-açúcar.
De 1997 a 2007 o crescimento em produção do bagaço de cana está próximo dos 63%.
Em mesma porcentagem está o crescimento do consumo, que acompanhou a produção desta matéria-prima. Durante o período de 10 anos (1997 a 2007) foram consumidas 517,23 mil toneladas de bagaço, sendo que a produção somou aproximadamente 586,12 mil toneladas de bagaço.
Demanda da energia de biomassa cana em ascensão
A demanda pela energia da biomassa de cana na matriz energética de São Paulo será a maior em 2035.
Segundo levantamento da SEE o Estado de São Paulo terá demanda energética em 2025 de 129,54 mil t OE, sendo que deste montante 23,3% serão da biomassa de cana. A demanda por esta energia aumentará 211% de 2005 a 2025, quando a necessidade sairá dos dos 9,7 t OE para os 30,2 t OE.
Esta projeção é feita através do cruzamento de coeficientes técnicos, econômicos e sociais, com cenário base no qual a evolução do PIB de São Paulo é de 3,5% ao ano durante duas décadas (2005-2025).
Segundo projeções realizadas em diferentes cenários para a evolução da Intensidade Energética (IE), índice que relaciona a energia (kcal) empregada para a produção de um insumo do setor elétrico com o PIB de São Paulo, o setor elétrico da biomassa de cana é o único com IE positivo, devido ao seu potencial de crescimento.
.Projeções para a indústria de cogeração
A evolução das tecnologias para geração de energia a partir da biomassa de cana-de-açúcar faz parte do crescimento natural deste segmento.
Haverá uma intensificação dos retofits, além do surgimento de novas unidades, as greenfields, que utilizaram equipamentos mais avançados para produção de etanol, açúcar e energia.
No curto e médio prazo o aumento da oferta de bioeletricidade pelo setor acontecerá pelo uso de tecnologias de cogeração atuais. Sendo que a projeção para 2025 é que 95% do total produzido no setor (11 mil MW médios) sejam destas tecnologias, conforme aponta a SEE.
Confira o potencial da bioeletricidade da biomassa de cana para os próximos 20 anos em comparação com outros setores energéticos.