Como o senhor define a situação do setor em 2014?
Defino em uma palavra: tristeza. Demoramos para acreditar que as coisas iam piorar. O setor errou em não apresentar ao Governo, desde o início da atual gestão, uma proposta mais composta. Estamos em um momento de difícil reversão. Quem está em dificuldade, sofrerá para superar esta fase.
O que falta ao setor?
Unidade. Isto sempre faltou. Há uma liderança pulverizada. Precisamos unificar a agricultura para organizar as mudanças, e não promover a criação de novas entidades, que acabam enfraquecendo o todo. Com a entrada de multinacionais, de extrema experiência, há várias vozes articulando com o governo. Essa divisão fortalece o desprezo que o atual governo tem pelo setor.
Mas o Fórum Nacional Sucroenergético não é o porta-voz do setor?
Ele deveria ser, mas não é. Toda a parte política deveria ser feita através dele, pois há nele pessoas competentes. Mas não existe unanimidade. Os produtores de São Paulo só apoiarão com relevância se tiverem a presidência. No começo os empresários paulistas cuidavam da parte econômica, porém, não concordavam com a articulação política, feita pelo pessoal do Nordeste, que neste quesito dá de dez a zero na turma de São Paulo.
Por que o setor é dividido?
Porque não alinham seus interesses. Há mais de vinte anos admiti encabeçar nossa entidade de classe. Eu estava engajado. Tive uma longa conversa com o João Guilherme (Sabino Ometto) mostrei que estava disposto a deixar meus cargos e ir para a capital encabeçar o projeto. Mas ao perceber que a divisão ainda existia, desisti e nunca mais me envolvi.
A entrevista completa você acompanha na edição 251 do JornalCana.