A Embrapa e a Be8 assinaram um acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de novas cultivares de triticale para biocombustíveis, nesta segunda-feira (4), no estande da Embrapa na 24ª Expodireto Cotrijal, realizada no município de Não-Me-Toque, no estado do Rio Grande do Sul.
A produção de etanol pela Be8 está prevista com o uso de amido, principalmente oriundo de grãos de cereais como matéria-prima. Os cereais de inverno são importante fonte de amido, promovendo o uso da terra na estação fria, com geração de renda e liquidez no mercado.
Entre as alternativas, o triticale apresenta grande potencial para abastecer o mercado de biocombustíveis, especialmente as usinas de produção de etanol, já que possui elevado teor de amido, elevada atividade amilolítica, principalmente α-amilase, fundamental na sacarificação do amido.
A unidade de produção de etanol demandará volume acima de 550 mil toneladas de grãos/ano. “No raio de atuação da Be8 há uma grande área sem exploração comercial de grãos no período do inverno, o triticale se configura como uma importante opção ao produtor e como fonte de matéria-prima ao projeto”, afirmou o presidente da Be8, Erasmo Carlos Battistella.
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O engenheiro agrônomo da Be8, Fábio Junior Benin ainda ressaltou que o triticale tecnicamente se encaixa muito bem nos sistemas produtivos. “É uma cultura que o produtor já conhece bem e que já conta com boa base genética. Este acordo possibilitará avanços também para novas cultivares, com características específicas para a produção de etanol. Com isso fecharemos a cadeia produtiva, dando segurança aos parceiros de fomento e produtores na comercialização dos grãos”, explicou Benin.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Trigo, Jane Machado, o acordo prevê o desenvolvimento de novas cultivares de triticale, por meio do programa de melhoramento genético da Embrapa Trigo, buscando maior produtividade de grãos, melhor resposta aos estresses bióticos e abióticos, além de características específicas para o bom desempenho das cultivares na produção de etanol, tais como: grãos bem formados, porcentagem de amido acima de 65%, proteína nos grãos acima de 14%, boa atividade α-amilase, baixo teor de micotoxinas nos grãos e bom rendimento de etanol.
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“Devido à dinâmica do programa de melhoramento genético, a cada ano poderão ser adicionadas aos cruzamentos novas linhagens com melhor desempenho ou retiradas outras que não foram bem”, conta Jane. A base de validações contará com experimentos conduzidos em diferentes locais na região norte do Rio Grande do Sul.
O acordo também conta com atividades de transferência de tecnologia, com a capacitação de agricultores, produtores de sementes, técnicos e extensionistas, por meio da realização de eventos como dias de campo, feiras e visitas técnicas onde serão apresentadas as novas cultivares com posicionamento adequado, além de práticas de cultivo e manejo.