Monitoramento de consumo na planta, recuperação e modernização de equipamentos, osmose reversa e a transferência de uma caldeira com modificação de sistema foram temas abordados durante a 9ª SINATUB Caldeira, Vapor e Energia Otimização na Cogeração, promovida pelo JornalCana, ontem (24). Sob a mediação do jornalista e diretor do ProCana, Josias Messias, o webinars foi patrocinado pelas empresas AxiAgro, Buckman e S-PAA Soteica.
A cogeração em operação comercial no Brasil já conta com 639 usinas, representando 18,81 GW de capacidade instalada — o que corresponde a 10,8% da matriz elétrica brasileira (174,7 GW). Deste total, 62,4% representam a cogeração a partir da biomassa da cana-de-açúcar. Para se ter uma ideia, ao longo de 2020 a cogeração apresentou um incremento de 233 MW (+1,2%). As informações fazem parte de um levantamento mensal da Associação da Indústria da Cogeração de Energia (Cogen).
LEIA MAIS > Cases mostram como maximizar produção de açúcar, etanol e bioeletricidade
Nesse cenário, otimizar a cogeração significa também obter maior rentabilidade para as usinas.
No webinar, Fernando Mello, gerente de projetos corporativos da Tereos, afirmou que a metodologia utilizada pelo grupo monitora o consumo energético da planta. “É um tipo de visualização de gráficos de análise que nos ajuda a identificar os três principais tipos de fontes de consumo energético. Uma atrelada ao ritmo de produção da planta; a outra atrelada à engenharia da planta, ou o projeto da planta em si; e o outra atrelado à performance”, informa.
Já Guilherme Morais, coordenador de geração de vapor e utilidades da SJC Bioenergia, comentou que fizeram um retrofit de uma caldeira de 250 para 270 toneladas. Além disso, a empresa tem um projeto de direcionamento dos gases, onde é melhorado o fluxo desses gases na parte interna da caldeira, identificando pontos de oportunidades e onde era possível ter melhor fluxo e estabilizar mais a operação.
Para modernizar a caldeira e ampliar a produção de vapor a usina investiu R$ 4.900.000,00 promovendo o aumento da superfície de queima, sistema de retirada de fuligem (CSC), mudança dos exaustores após captador de fuligem, elevando assim a produção de vapor para 270 ton/h.
LEIA MAIS > Qualidade da cana registra queda com geadas
Luiz Fernando Bezerra, consultor técnico Buckman, palestrou sobre a influência da qualidade da água na operação e eficiência energética das caldeiras. “As técnicas de controle de osmose reversa, com normalização online tem sido aplicadas pela Buckman em usinas, produzindo melhor qualidade de água e garantido bom ciclos de concentração na caldeira e automaticamente alta eficiência energética e sustentabilidade financeira para o negócio”, afirmou.
O gerente industrial da Usina Santa Adélia, Luiz Fernando Cremonez, falou sobre a transferência e a potencialização de uma caldeira que estava instalada na Santa Adélia – unidade Pioneiros para Pereira Barreto. “Fizemos a transferência, seguida de algumas modificações. Instalamos um leito fluidizado borbulhante e um precipitador eletrostático no lugar de um tradicional lavador de gases, com algumas modificações também na geometria em área, garantindo assim, uma melhor performance da caldeira”, explicou.
Quer saber mais sobre os assuntos debatidos na ocasião? Assista ao webinar completo: