Excesso de chuvas registrado em todo o Estado desde outubro de 2022 retarda a retirada da cana-de-açúcar do campo e Alagoas corre o risco de deixar entre um milhão e dois milhões de toneladas de “cana em pé” no atual ciclo, de acordo com estimativa dos técnicos do setor.
As perdas de faturamento, ou seja, o dinheiro que deixará de circular no Estado se essa cana não for colhida, podem variar de um mínimo de R$ 170 milhões até R$ 340 milhões.
O valor da cana padrão no Estado (114 kg de ATR), atualmente é de R$ 154 por tonelada. Na média, o rendimento da cana colhida nesta safra é um pouco maior, variando de 118 a 135 quilos de Açúcar Total Recuperável por tonelada. Nesse cenário, o preço médio da cana é estimado em R$ 170 por tonelada.
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Até o último dia 15 de fevereiro, de acordo com o boletim de acompanhamento de safra do Sindaçúcar-AL, as usinas tinham processado 14,7 milhões de toneladas de cana no ciclo atual, um volume -6,57% menor se comparado com igual período da moagem 2022/23 (15,7 milhões).
A estimativa inicial do Sindaçúcar-AL apontava para uma produção de cerca de 19,5 milhões de toneladas de cana na atual safra. Mas, em função das chuvas, esse volume pode ser maior, aponta o agrônomo e consultor do sindicato, Cândido Carnaúba.
“Embora o rendimento industrial seja um pouco menor, a produção agrícola tem crescido além do esperado em função das chuvas. A cana que será colhida agora em março, certamente terá um peso maior do que o esperado”, afirma.
Diante desse cenário, tde acordo com matéria da Gazeta de Alagoas, todas as usinas do Estado devem prorrogar a colheita até meados de abril. “O esforço é para tirar toda a cana do campo, mas isso só acontecerá se o clima ajudar”, reforça Carnaúba.
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De acordo com o presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas, Edgar Filho, são mais de 4 milhões de toneladas que ainda estão no campo e se o clima continuar como está agora, chovendo com frequência, existe o risco de ficar muita cana em pé no campo. Segundo ele, a situação é pior na região norte de Alagoas, onde o volume de chuvas é mais intenso.
Na região sul do Estado, onde o volume de chuvas é um pouco menor se comparado a região norte, a situação é um pouco menos complexa, mas as usinas devem continuar em operação ao menos até 20 de abril, quando normalmente encerram a moagem até o final de março.
A usina da Pindorama, em Coruripe-AL, deverá manter a moagem até 20 de abril, devendo esmagar cerca de 1,2 milhão de toneladas de cana, o que será um recorde na história da unidade.
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“Realmente essa é uma safra muito complicada do ponto de vista da colheita. Mas não podemos reclamar das chuvas, até porque elas vão ajudar a formar as próximas safras”, reforça o presidente da cooperativa, Klécio Santos.
O diretor agroindustrial da Usina Caeté, Magno Brito, diz que a moagem será realizada pelo menos até 15 de abril nas duas unidades do grupo em Alagoas (Caeté, em São Miguel dos Campos e Marituba, em Igreja Nova).