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Elétricas ganham prazo para pagar R$ 1,3 bi

Elétricas ganham prazo para pagar R$ 1,3 bi

2009-07-14 Subestacçao Energia Eletrica  Cerradinho Potirendaba Bioeletricidade

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) adiou para o final deste mês o prazo para que as distribuidoras de energia elétrica paguem as usinas geradoras.

Com a medida, a conta de R$ 1,322 bilhão que corresponde ao gasto dessas empresas em maio – e que teria que ser paga nesta semana – ficará para o dia 31 de julho.

“Claro que os credores tinham expectativa de receber isso agora. Mas, ainda que não seja a alternativa adequada, essa é a menos ruim”, disse nesta quarta-feira (9) o diretor-geral da agência reguladora, Romeu Rufino.

Segundo ele, a manutenção da data para o pagamento poderia resultar em um “alto nível de inadimplência”. “Sabidamente, elas [as distribuidoras de energia] não têm margem na geração de caixa que permita assimilar uma diferença nesse patamar”, afirmou.

A Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) chegou a sugerir durante a reunião da agência que o governo realizasse um reajuste extraordinário das tarifas para o consumidor, para que o problema fosse resolvido definitivamente.

A agência, entretanto, não chegou a discutir a solução.

Segundo Rufino, distribuidoras interessadas em tentar resolver o problema por meio de um reajuste extraordinário poderão pleitear isso com a Aneel, e cada caso será analisado individualmente.

Mas o diretor da Aneel afirma “desconhecer que alguma distribuidora tenha feito o pedido”.

Segundo ele, “essa não é uma solução para o caso”. “Uma eventual revisão extraordinária faria a empresa receber ao longo de 12 meses por um custo que já incorreu”, afirmou.

Ainda segundo Rufino, a solução que está sendo buscada pelo governo é injetar recursos nas distribuidoras para que elas consigam fazer esses pagamentos.

Socorro

Desde o início do ano, as distribuidoras, que atendem diretamente ao consumidor, pedem socorro ao governo federal para conseguir fazer frente aos gastos com compra de energia.

Isso ocorre porque a maioria dessas empresas não garantiu contratos com usinas geradoras para suprir integralmente a demanda de seus consumidores.

Assim, essas empresas são obrigadas a contratar mais energia no mercado de curto prazo. E esse modo de operação eleva os custos das distribuidoras já que, nesse mercado, o preço é mais alto.

Neste ano o valor da energia no mercado livre atingiu o patamar recorde, de R$ 822 megawatt-hora, após a forte seca do início do ano prejudicar o reabastecimento dos reservatórios das hidrelétricas e obrigar o uso maior de termelétricas.

(Fonte: Folha de S. Paulo)