Uma das consequências da desoneração dos combustíveis foi o aumento da produção do etanol anidro, pela indústria do etanol de milho. Segundo estudo da Unem (União Nacional do Etanol de Milho) a elevação deverá ficar 17% acima do previsto para a safra 2022/23 inicialmente estimada em 1,47 bilhões de litros, mas que deve encerrar a safra ao final de março em 1,72 bilhão de litros.
Já a produção de etanol hidratado (de milho), que havia sido inicialmente estimada em 2,92 bilhões de litros, deverá terminar a temporada em 2,67 bilhões de litros, 8,6% abaixo do projetado inicialmente, já que com a desoneração do PIS/Cofins -implementada em meados de 2022 e depois postergada até o final de fevereiro – torna a gasolina mais competitiva, uma vez que o biocombustível tinha uma vantagem tributária.
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Para o presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, o setor tem flexibilidade de alternar a produção de etanol hidratado para anidro, evitando prejuízos.
Contudo, disse ele, este aumento de consumo de gasolina frente ao etanol tem vários impactos negativos, “pois força a demanda por etanol anidro e diminui a oferta de hidratado no mercado em meio a entressafra da cana-de-açúcar”. O etanol de cana responde pela maior parte do abastecimento, com produção de mais de 25 bilhões de litros no acumulado da safra.
Já a produção de etanol de milho no Brasil, nas últimas cinco safras, aumentou 450%, passando de 790 milhões de litros na temporada 2018/19 para 4,39 bilhões de litros na safra 2022/23, Neste período, o processamento de milho pelo setor passou de 1,47 milhão de toneladas para 10,1 milhões de toneladas, mas a safra nacional cresceu mais neste intervalo, garantindo a oferta da matéria-prima, disse a Unem.