Rodovias entupidas, filas de caminhões nos portos e navios parados à espera dos grãos que demoram a chegar. O país deixa de economizar R$ 7,2 bilhões por ano, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), pela ausência de estratégias para escoar a produção.
A emergência por um sistema de escoamento eficiente de grãos transformou a região Norte do país em um potencial corredor para desafogar os portos do Sul e Sudeste na próxima década.
As cifras explicam: escoar a produção pelos caminhos intermodais (hidrovia, rodovia e ferrovia) da região é 35% mais barato e rápido, segundo estimativas do Movimento Pró-Logística, que agrega entidades do setor produtivo.
Na última safra, 9,2 milhões de toneladas de grãos de Mato Grosso –o correspondente a 20% do total– seguiram em direção a quatro portos do Norte. De lá, rumaram para Ásia e Europa.
Em 2025, os mesmos portos têm a perspectiva de receber, pelo menos, 52 milhões de toneladas de grãos.
E não é só isso: caso todas as obras previstas pelo governo federal em portos, ferrovias e rodovias saiam do papel, outros 52 milhões de toneladas de grãos poderão circular pela região.
A secretaria de Portos diz que o Norte está sendo preparado “para receber o excedente da produção dos próximos anos”.
De acordo com a pasta, os investimentos para arrendamentos de áreas e construção de terminais privados nos portos do Norte atingem R$ 5,5 bilhões.
Para dotar a região de estrutura, a EPL (Empresa de Planejamento e Logística), do governo federal, estuda o fluxo dos movimentos de cargas no país. Para a região Norte, a pesquisa constatou a necessidade de construção de duas ferrovias.
“Nossos estudos constataram a viabilidade desses projetos, que serão analisados pela iniciativa privada”, diz Paulo Passos, presidente da EPL.
Passos adiantou que uma das obras ferroviárias prioritárias para a região será a Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), que ligará Lucas do Rio Verde (MT) à linha da Norte-Sul.
“Esse projeto é prioritário e está bem avançado. Será necessário um investimento de R$ 5,4 bilhões só nesta obra.”
(Fonte: Folha de S. Paulo)