A Czarnikow, trading britânica de alimentos e serviços, prevê uma produção de 178,4 milhões de toneladas de açúcar em 2023/24, o que significará a terceira maior produção já registrada e um aumento de 2,5 milhões de toneladas em relação à sua previsão de novembro.
“O aumento se deve em grande parte ao Centro-Sul do Brasil, a maior região produtora de cana-de-açúcar do mundo. Acreditamos que serão produzidas 41,5 milhões de toneladas de açúcar nesta temporada graças ao excelente clima, que aumentou a produtividade da cana”, explicou Tabasoom Watak, analista da trading.
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Segundo relatório divulgado pela Czarnikow, embora a produção mundial de açúcar em 2023/24 possa ser a terceira mais elevada já registada, a produção de alimento permanece quase exatamente no meio do seu intervalo de 12 anos de 160-190 milhões de toneladas.
O analista acredita que o consumo global de açúcar ultrapassará 178 milhões de toneladas em 2023/24.
“O consumo global de açúcar continuou a crescer mesmo face aos preços elevados. Esperamos que esta tendência persista juntamente com o crescimento populacional, resultando num aumento adicional de consumo de 2 milhões de toneladas em 2024/25”, disse Watak, ponderando que, devido ao crescimento do consumo, de um aumento da produção nos próximos anos para evitar futuros défices.
Um excedente de produção?
Com as revisões para cima feitas na produção do Centro-Sul do Brasil e de vários outros países produtores de açúcar menores, a trading acredita que a produção e o consumo global de açúcar serão equilibrados em 2023/24.
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“Embora as estatísticas mostrem um excedente de produção de açúcar de 200.000 toneladas ao longo da época, as principais colheitas de cana-de-açúcar no Hemisfério Norte só agora estão a começar. Eles terão um grande impacto no resultado final da temporada e, por sua vez, se 2024/25 será um ano deficitário ou não. O mercado continua no fio da navalha”, ressalta o analista.
Quanto a produção do alimento na EU e Reino Unido em 2023/24, a previsão é que poderá aumentar em até 1 milhão de toneladas, para 16,7 milhões de toneladas. Este aumento na produção deve-se, em parte, às condições climáticas favoráveis durante o período de verão, bem como ao aumento da área cultivada com beterraba sacarina em Espanha, Polónia, Hungria e Eslováquia.
“Não só isso, mas a Alemanha também está a registar uma colheita bem-sucedida, com a sua produção de açúcar cerca de 10% superior à da época anterior (2022/23). No entanto, a preocupação agora reside nas fortes chuvas durante o período de colheita, dificultando o acesso dos agricultores aos seus campos”, conclui Watak.