Estudos realizados pelo Pecege apontam que os preços dos custos da safra 2021/22 de cana-de-açúcar dispararam em relação à safra anterior (2020/21).
Segundo o engenheiro agrônomo e diretor do Pecege, João Botão Rosa, os custos tiveram uma elevação na casa de 50% entre uma safra e outra.
Enquanto a safra 2020/21 fechou com um custo operacional de R$ 102,30 por tonelada de cana, na safra 2021/22 esse custo saltou para R$ 147,90.
Rosa atribuiu esse aumento a quebra da safra, ou queda da produtividade, estimada em R$19, 7 por tonelada. Esse item, quebra de produtividade, é responsável por 43% na formação dos custos de produção.
Entre outros tópicos que compõem essa formação estão a Consecana (25%), diesel (13%), peças (7%), e insumos (R$ 2,9 por tonelada), equivalentes a 6% no custo total.
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De acordo com o especialista do Pecege, a safra 2021/22 rodou com preços da safra 2020/21.
“Tivemos uma queda de produtividade, em função das severas restrições climáticas, que empurraram a alta dos custos. Foi uma senhora pancada, mas como os preços também galopavam num patamar maior, foi assegurada uma ótima safra do ponto de vista financeiro. Dramática agronomicamente falando, mais do ponto de vista de geração de caixa para as empresas, foi um ano muito bom”, explicou Rosa.
Para o diretor do Pecege, os números comparativos entre uma safra e outra apontam que atualmente os custos de produção estão mais diluídos.
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“Essa elevação de 50% foi impactada por questões climáticas e por aumento de preço, pois aumentou o arrendamento. Os insumos não foram o grande protagonista no aumento deste custo, o que deve mudar na safra atual 2022/23”, afirmou.