O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou as potencialidades do Brasil para a produção de biocombustíveis, durante painel que tratou do Programa Combustível do Futuro, realizado na manhã desta segunda-feira (4/12), na COP28.
A produção do combustível sustentável de aviação (SAF), do diesel verde (também chamado de HVO), do etanol de segunda geração, além dos já conhecidos etanol hidratado e biodiesel, devem atrair mais de R$ 200 bilhões em investimentos para o Brasil até 2037.
A expectativa é de que apenas com a interligação do RenovaBio e do Rota 2030, teremos R$ 105 bilhões. O RenovaBio é reconhecido como um dos principais programas de redução de emissões de gases de efeito estufa da mobilidade no mundo, com um mecanismo de Créditos de Descarbonização (CBIOs), que remunera o produtor de biocombustíveis. Mais R$ 15 bilhões devem vir da combinação de investimentos em SAF e HVO, e outro R$ 1 bi em combustíveis sintéticos.
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Somente os biocombustíveis advindos do etanol, biodiesel, combustíveis sintéticos e biometano contribuirão com mais de R$ 65 bilhões. A captura e estocagem de carbono deve contribuir com mais R$ 3 bilhões.
“Já temos projetos concretos: Planta de Biorrefino na Bahia; Primeira perfuração de poço para captura de carbono no Mato Grosso; e Usina de Etanol de 2ª Geração em São Paulo. Isso é sinal de segurança jurídica. É sinal de estabilidade regulatória. É estabilidade política, ambiental e social. O nosso país contribuiu e continuará a contribuir para a solução dos complexos desafios que o mundo vive, em especial o enfrentamento às causas das mudanças climáticas. Vamos pautar pela implementação de políticas nacionais que supram as necessidades de seus cidadãos de forma sustentável, equilibrada, consciente e justa”, discursou o ministro.
O diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, elogiou a iniciativa do Programa Combustível do Futuro, que cria políticas públicas e inclui na matriz energética brasileira novos combustíveis e marcos regulatórios.
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Silveira também relembrou os 50 anos de etanol no Brasil; os 20 anos dos motores flex, que hoje dominam as ruas e são a maioria dos veículos de passeio no país; e os 20 anos do programa do biodiesel, criado no primeiro governo do presidente Lula. Destacou, ainda, a contribuição dos biocombustíveis para a produção do hidrogênio, utilizando materiais como a vinhaça e a torta de filtro, produtos que, hoje, têm baixo valor agregado.