O volume de cana-de-açúcar processado pelas usinas do Norte e Nordeste do país já supera em 10,2% o ritmo observado na safra passada. Até 30 de setembro, o total da temporada já alcança 16,48 milhões de toneladas, segundo dados da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio).
Os números mostram que as usinas têm priorizado a produção de açúcar, que chegou a 599 mil toneladas, aumento de 19,8% ante as 500 mil toneladas produzidas no mesmo período da safra anterior.
Mas o crescimento na produção de açúcar não impactou a produção de etanol, que também aumentou.
“Apesar da migração de canas para a produção de açúcar, a produção de etanol cresceu 4,6% em relação ao mesmo período da safra passada. Na verdade, tanto a produção do açúcar quanto a do etanol cresceram”, explica o presidente-executivo da NovaBio, Renato Cunha, que também é presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçucar – PE).
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Da produção total de etanol no Norte e Nordeste, o anidro registrou aumento de 3,1% e o hidratado cresceu 6,4%. Segundo Cunha, a cana tem sido mais direcionada para a produção de açúcar porque essa commodity “possui uma equação de precificação mais estável do que o etanol, que tem menos estabilidade em sua regulação”.
Segundo o presidente do conselho da NovaBio, Pedro Robério Mello Nogueira, o crescimento na produção tanto de açúcar quanto de etanol ocorre devido ao aproveitamento do melhor momento de teor de sacarose da cana, que ocorre nos meses de sol do verão. “O açúcar é mais exigente com o teor de sacarose que o etanol”, conclui Robério, que também é presidente do Sindacucar-AL.
O estoque físico de etanol, somados o anidro e o hidratado, atingiu pouco mais de 273 milhões de litros em 30 de setembro, superior aos 264 milhões de litros da safra 2022/23. Assim a temporada 2023/24 será bastante açucareira.
