A partir da assinatura de contrato entre a Raízen e a KCC Chartering, subsidiária da norueguesa Klaveness Combination Carriers (KCC), navios híbridos poderão sair do Brasil com açúcar e retornar com combustíveis importados.
Com a iniciativa, que permitirá redução de emissões e ganhos de eficiência, os navios da KCC poderão levar açúcar brasileiro da Raízen para seus clientes no Oriente Médio, por exemplo, e retornar com combustíveis derivados do petróleo para a América do Sul.
Na avaliação dos executivos das empresas, a combinação de cargas, com mínimo de lastro e tempo de espera entre as viagens, poderá reduzir em até 40% as emissões de CO2 por tonelada transportada, dependendo da rota e em comparação a navios-tanque padrão e navios graneleiros realizando as mesmas atividades comerciais.
Desta forma, as embarcações poderão ficar constantemente carregadas, na ida e na volta, transportando produtos diferentes.
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Normalmente, os navios podem ficar cerca de 40% de seu tempo viajando vazios e fazendo operações de embarque e desembarque. No acordo com a KCC, a expectativa é reduzir esse percentual a cerca de 5% a 10%.
Pelo negócio, a Raízen contará com oito navios híbridos da KCC a seu serviço, o equivalente a metade da atual frota da companhia afretadora. Cada embarcação pode transportar mais ou menos 75 mil toneladas de carga seca e 65 mil toneladas de carga líquida.O contrato é válido por três anos.
Para alternar entre um produto e outro, os porões de carga do navio passam por uma limpeza técnica, que é inspecionada no porto de descarga, após concluída a operação de descarregamento. São utilizados produtos específicos para garantir as condições de recebimento da próxima carga.
Dependendo do tipo de carga, ela pode até ser feita durante a própria viagem do navio em direção ao próximo porto de carregamento mas, usualmente para a Raízen, acontece no porto de descarga, explicou a companhia.
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A Raízen e a KCC planejam aumentar ainda mais as reduções de emissões ao estabelecer ambições para uma cooperação de longo prazo em iniciativas de eficiência operacional e energética, bem como possíveis testes de novos tipos de combustível.
Mais cana
A empresa bioenergética projeta elevar a moagem de cana para cerca de 80 milhões de toneladas na safra 2023/24, que se inicia em abril, disse o presidente-executivo da companhia, Ricardo Mussa, que estima um aumento de aproximadamente 8%, com melhora na qualidade da cana.
Até o final do terceiro trimestre do ano-safra 2022/23 (dezembro), que marcou o encerramento do principal período de moagem, a companhia havia processado 73,2 milhões de toneladas de cana, com queda de 4% na comparação com a temporada anterior, o que impactou os lucros da empresa.