Dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) apontam que no mês de setembro de 2020 houve um importante movimento de recuperação no consumo de combustíveis no Brasil.
O resultado assinala um crescimento de 17,9% no consumo médio mensal de combustíveis do ciclo Otto sobre as vendas de março a agosto (4,32 bilhões de litros versus 3,66 bilhões de litros).
Da mesma forma, tanto o etanol hidratado como a gasolina registraram cenários semelhantes de expansão que atingiram 21,9% e 16,4%, respectivamente, ante os meses de mais impactados pelas medidas de isolamento social. A saber, foram consumidos 1,70 bilhão de litros de hidratado e 3,13 bilhões de litros de gasolina C.
Esse cenário é ainda mais significativo, pois todos os Estados apresentaram crescimento nas vendas de hidratado e gasolina em setembro na comparação com o volume comercializado de março a agosto de 2020.
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Cabe destacar ainda que doze estados indicaram também aumento do consumo de hidratado em relação a setembro de 2019, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, que registraram incremento de 9,8% e 1,0%, respectivamente. Nessa linha, 19 Estados indicaram incremento nas vendas de gasolina C, com destaque também para as regiões Norte (+9,9%) e Nordeste (+3,6%), além do Sudeste que consumiu 1,1% a mais de gasolina em setembro do que no mesmo mês do ano anterior.
No acumulado de janeiro a setembro de 2020, as vendas de combustíveis, continuam aquém do volume comercializado em 2019. O consumo de hidratado contabiliza retração de 15,2%, com total de 13,74 bilhões de litros – mesmo assim configura-se como a segunda maior demanda de hidratado na série histórica para o período de janeiro a setembro. As vendas de gasolina C, por sua vez, totalizam 25,50 bilhões de litros, volume 9,1% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
No entanto, apesar da retração observada, o etanol manteve a sua participação na matriz de combustíveis brasileira em 47,0%, ligeiramente menor do que o índice de 48,2% registrado no acumulado do ano anterior. Destaques para os Estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, que por conta de políticas tributárias que valorizam as externalidades positivas do uso do biocombustível para toda a sociedade, indicam mais da metade do consumo ser oriundo de fontes renováveis, 62,5%, 68,0%, 53,9% e 63,6%, respectivamente.