As vendas de gasolina no ano de 2022 totalizaram 43,04 milhões de m³, uma alta de 9% em relação ano anterior e 9,9% acima da média dos últimos cinco anos, sendo o maior volume consumido do fóssil desde 2017, quando o setor registrou uma demanda de 44,2 milhões de m³, informa a StoneX em relatório divulgado na última semana.
Com aumentos mais expressivos realizados pela Petrobras, o combustível chegou a patamares recordes no primeiro semestre do ano, ultrapassando R$ 7,00/litro em algumas regiões do país.
Para o ano de 2023, a equipe de Inteligência de Mercado da StoneX estima estabilidade na demanda de gasolina, mantendo 43,0 milhões de m³. Essa movimentação lateral segue sendo influenciada principalmente pela dinâmica entre os combustíveis do Ciclo Otto.
Etanol Hidratado
As vendas de etanol no ano de 2022 totalizaram 15,53 milhões de m³, marcando queda de 7,5% em relação ao total vendido em 2021 e retração de 15,3% frente à média dos últimos 5 anos.
O share de hidratado anual no Ciclo Otto passou de 29,9% em 2021 para 26,5% em 2022. Desde 2019, quando o hidratado atingiu a sua maior participação no mercado nacional, de 37,1%, o biocombustível vem perdendo espaço ano a ano.
Para o ano de 2023, a StoneX estima um crescimento de 5,4% no consumo de hidratado, totalizando 16,4 milhões de m³.
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Quanto ao consumo do Ciclo Otto no Brasil, 2022 apresentou recuperação do em relação a 2021. Esse crescimento foi de 5,6%, totalizando 53,9 milhões de m³ (no equivalente à gasolina), maior volume já consumido na série histórica,
No detalhado por região, o Centro-Sul registrou um avanço de 5,9%, ao passo que o Norte-Nordeste do país marcou uma alta de 4,3% no comparativo anual. Para 2023, ficou estimado uma expansão sutil, de 1,1%, totalizando 54,5 milhões de m³, sendo 41,0 mi de m³ referentes ao consumo no Centro-Sul (+0,4%) e 13,5 mi de m³ ao Norte-Nordeste (+4,3%).
O share do hidratado no Ciclo Otto ficou prejudicado ao longo dos meses de 2022 por conta da menor competitividade do biocombustível em relação ao fóssil. Para 2023, a projeção indica um ganho de 1,1 ponto percentual em relação ao share de 2022, totalizando 27,6% de participação.
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De acordo com a StoneX, o mercado de combustíveis, principalmente no que diz respeito ao consumo de hidratado, ainda carrega algumas incertezas, principalmente em relação à precificação da gasolina.
Apesar de estar prevista a retomada da cobrança dos impostos, completa ou parcial, qualquer queda no mercado internacional – petróleo ou dólar – pode gerar novos cortes pela Petrobras, prejudicando assim a paridade.
Além disso, o etanol não tem muito espaço para ceder por parte das usinas, uma vez que novas quedas podem trazer o preço abaixo ou muito próximo do custo de operação, prejudicando as produtoras no médio e longo prazo.