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Conheça 5 iniciativas para garantir a máxima extração de caldo

Três usinas e dois especialistas explicam os detalhes

Conheça 5 iniciativas para garantir a máxima extração de caldo

A 1ª Maratona SINATUB – Recepção, Preparo e Extração (Moenda & Difusor) ressaltou nesta quarta-feira (4), os principais fatores que afetam a extração da moenda e quais processos a tornam mais eficiente.

Moderado pelo jornalista e diretor da Procana, Josias Messias, o webinar contou com a participação de Alberto Antônio da Silva, gerente de Divisão Industrial da Cevasa; Marcelo Moraes, engenheiro mecânico da Mecânica e Fundição Santo Antônio Ltda (MEFSA); Nelson Rocha, gerente industrial da Enersugar Bioenergia; Paulo de Tarso Delfini, diretor da Delfini Consultoria e Projetos Industriais e Rafael Bassetto, gerente industrial da Usina São Manoel.

Alberto Antonio da Silva

Alberto Antônio da Silva, gerente de Divisão Industrial da Cevasa, mostrou as iniciativas tomadas pela companhia para melhorar o processo industrial. “Em 2017, iniciamos um trabalho para identificar os principais pontos que afetavam a extração”, contou. Assim, foram indicados os pontos que deveriam melhorar. Como a alimentação deficiente dos difusores, que precisaria ser uniforme em toda a extensão do difusor. Também era preciso manter um tempo maior de retenção da cana no difusor para obter mais extração e melhorar a taxa de embebição, entre outros.

A partir dos fatos levantados, se iniciou o processo de melhoria., com o nivelamento do colchão com o ajuste da esteira alimentadora da linha. O segundo passo foi o ajuste no tempo de retenção dentro do difusor – entre 5 a 70 minutos – e a instalação dos rolos de alta drenagem e ajuste da rotação das moendas secadoras, nas linhas 1 e 2, em relação ao Chute Donelly, reduzindo a umidade do bagaço e ajudando na extração.

Marcelo Moraes

O gerente também mostrou os resultados obtidos a partir da operação do software S-PAA na área de energia e embebição, que garantiu maior estabilidade no vapor e redução no consumo de processos, permitindo melhorar os índices de eficiência industrial e de exportação de energia, além da economia de bagaço por UNICOP.

“No lastro fechado, a embebição foi de 304,39 fibra. Mesmo mantendo uma moagem maior este ano, a capacidade aumentou 17% e a eficiência de extração passou de 96,08% da safra de 2017 para 97,33%, nesta temporada. Um aumento de 1,25%”, explicou.

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Marcelo Moraes, da MEFSA, falou sobre o conceito de utilização de camisas de alta drenagem, indicada para melhorar o processo de extração de caldo da cana ou secagem de bagaço. De acordo com ele, a aplicação é feita de acordo com o objetivo da usina, ou seja, se é o aumento de moagem sem o aumento da capacidade da moenda, deve-se instalar a camisa no 1º terno. Caso o objetivo seja a redução da umidade do bagaço, a instalação deve ser feita no último terno.

Nelson Rocha

“Sempre deve-se começar no rolo superior, migrando os polos para o interior da moenda e aplicando novos rolos superiores até que todos fiquem com alta drenagem”, explicou. Deu como exemplo também outra aplicação, que seria no rolo de entrada onde se consegue um ganho de moagem da ordem de 3% a 5%, justamente porque está se criando caminhos alternativos para o caldo que está saindo, liberando então, espaço para mais matéria-prima.

Moraes explicou ainda as vantagens em relação às camisas XMP em relação as camisas XM convencionais, que têm excelente comportamento durante e após o término da safra. “Elas restringem ou limitam a passagem de sólidos em tamanho e quantidade. Possibilitam menores impactos nos pentes e bagaceiras, além de melhorar a extração da moenda e redução da umidade do bagaço”, afirmou.

Nelson Rocha, da Enersugar Bioenergia, mostrou os cuidados básicos da manutenção da moenda para garantir uma excelente safra, o que deve começar a ser feito durante a temporada, com cuidados com a lubrificação e refrigeração dos mancais; na aplicação do chapisco; ajustes de pentes e limpeza e assepsia para evitar contaminação e oxidação, que poderiam danificar os equipamentos.

Paulo Delfini

“É preciso fazer as inspeções periódicas durante a safra para saber como atuar durante a entressafra e fazer um excelente planejamento de manutenção”, lembrou.

Paulo de Tarso Delfini,  da Delfini, detalhou as consequências da perda da umidade da cana para a extração, fato que vem acontecendo atualmente, devido ao déficit hídrico. “A cana fica mais rica com a umidade caindo, o caldo fica mais concentrado e o teor de fibra aumenta. Essas variações terão reflexo na capacidade de processamento da moenda e podem diminuir a produção de açúcar e etanol, impactando diretamente os custos das usinas”, explica.

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Rafael Bassetto, da Usina São Manoel, mostrou os erros e acertos na moagem de cana da companhia. Entre os acertos, destacou a garantia do controle de nível do Chute Donelly.

Rafael Bassetto

Bassetto afirmou que é preciso não deixar que os pentes danifiquem a camisa e comprometam a moagem no final da safra e o reaproveitamento dos rolos na próxima. Também deu dicas para aumentar a eficiência industrial, otimizar processo e diminuir perdas, como fazer a instalação nivelada dos bicos; o controle de vazão nas bombas para evitar golfadas e cuidados com direcionamento para evitar jogar o caldo sobre a esteira ou atrás das taliscas.

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Assista ao webinar completo:

Esta matéria faz parte da Edição 321 do JornalCana. Para conferir, clique AQUI.