O presidente do Conselho de Administração da Cosan, Rubens Ometto, comenta, na entrevista a seguir, sobre dois temas prioritários para o setor sucroenergético: como vai o ‘casamento’ entre a companhia brasileira com a Royal Dutch Shell na joint venture Raízen, e sobre a tendência do mercado de açúcar para os próximos anos.
JornalCana – Qual a sua avaliação sobre o setor sucroenergético brasileiro diante o cenário positivo de preços para o etanol e para o açúcar?
Rubens Ometto – Teremos três anos bons.
Já é possível falar em novos investimentos no setor?
Rubens Ometto – Depende da empresa. A grande maioria irá trabalhar para pagar a conta do que veio carregando. Mas teremos três anos bons, com preços melhores, com esse câmbio, o clima correndo melhor.
Há capacidade para processar a cana, que deverá crescer em oferta na safra 2016/17?
Rubens Ometto – Tem, mas não muito. Algumas usinas fecharam, outras foram desativadas. Não há muita flexibilidade no aumento da capacidade de processamento da moagem da cana.
E os investimentos em logística pela Cosan, continuam?
Rubens Ometto – São negócios diferentes. Na logística iremos fazer um trabalho.
Qual o futuro da Cosan dentro da Raízen?
Rubens Ometto – Continua dentro do passo normal.
Recentemente foi noticiado que a Shell assumiria a parte da Cosan na Raízen.
Rubens Ometto – Isso é coisa de quem está imaginando coisas. A Cosan tem uma parceria fantástica com a Shell.
Eles [Shell] têm a opção de ficar com o negócio todo?
Rubens Ometto – Mas está sendo desfeito. Quando você ‘casa’, tem que ter a cláusula “way out.” Isso foi previsto no contrato original da Raízen. Agora que a gente já se conheceu, se dá bem. A melhor maneira de você se dar bem em uma sociedade é ter um caminho de saída. Se você não tem esse caminho, dá briga. Então foi criado um caminho de saída no caso da nossa parceria não dar certo. Mas é uma parceria de sucesso. Nós estamos felizes. Eles estão felizes. A Shell é um parceiro fantástico. Vamos fazer muita coisa juntos. Iremos fortalecer nosso casamento.