R$ 87 bilhões é quanto a cana-de-açúcar poderá gerar de benefício adicional com a venda de créditos de carbono.
O montante equivale a uma projetada comercialização de créditos entre este 2015 e 2030, segundo levantamento do Itaú BBA apresentado por seu diretor de Agronegócios, Alexandre Figliolino, durante o VII Seminário de Tecnologia da Cana-de-Açúcar realizado pela Esalq, em Piracicaba (SP), entre os dias 15 e 17/07.
Segundo as projeções do executivo do Itaú BBA, o Brasil pode adicionar 571 milhões de toneladas de carbono (tCO2) entre 2015 e 2030.
Esse montante equivale à diferença entre a estimativa de expansão de canaviais no país, suficiente para mitigar 1.140 bilhão de tCO2, e um ambiente de estagnação, na qual o parque canavieiro ficaria em 569 milhões de tCO2.
Conforme a projeção da instituição financeira, se os 571 milhões de tCO2 forem negociados pela média entre o valor atual da tonelada de carbono (US$ 39/tonelada) e a projetada para 2020 (US$ 55/toneladaEtanol e bioeletricidade devem ser vistos como tecnologias que promovem reduções custo-eficientes de emissões? ), chega-se aos R$ 87 bilhões.
Diante um cenário positivo desses para o setor sucroenergético, Figliolino lembrou que o etanol brasileiro é vital para ser levado pelo governo brasileiro para a conferência COP-21, prevista para dezembro próximo em Paris, na qual as nações deverão adotar acordo global sobre mudanças de clima.
O executivo do Itaú BBA, no entanto, questiona:
1) As reduções da emissão de etanol e da bioeletricidade poderiam compensar as emissões dos combustíveis fósseis?
2) Como criar mecanismos que premiem as energia renováveis, incentivem investimentos em outros setores e promovam o “esverdeamento” da da matriz energética brasileira?
3) O novo acordo a ser adotado pela COP21 exigirá a construção de políticas públicas quer permitam o Brasil reduzir emissões e crescer: a cana de açúcar fará parte dessa estratégia de desenvolvimento sustentável?