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Clima seco e frio é motivo de preocupação para produtores

Temperaturas abaixo de zero provocam a morte da gema apical da cana

Clima seco e frio é motivo de preocupação para produtores

As baixas temperaturas e o tempo seco são motivos de alerta para os produtores de cana, que enfrentaram dias gelados nesta semana. A previsão é que a temperatura continue baixa nos próximos dias, mas o frio vai perdendo intensidade ao longo da próxima semana. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) há aviso de baixa umidade para MS, PR, RS, SC e SP, onde também tem alerta de geada, nesta sexta-feira (29). Já sinais de chuva foram detectados somente para o extremo Norte e Nordeste do país, abrangendo AL, AP, BA, CE, MA, PB, PE, PI, RN, SE e TO.

O período de inverno é sempre mais complicado para a cana-de-açúcar, principalmente a partir de março, quando começa a diminuição das chuvas e as temperaturas são mais baixas. “É possível observar sinais dos impactos da temperatura abaixo de 10º nos canaviais e no caso das geadas, dependendo da intensidade, pode haver a morte da gema apical, o que exigiria a colheita imediata desse canavial para evitar muitas perdas”, explica Maximiliano Salles Scarpari, pesquisador do Programa Cana IAC.

Além das baixas temperaturas, a seca, que chegou mais cedo este ano, vem castigando os canaviais de algumas áreas do Estado paulista. Scarpari conta que o déficit hídrico já está acima de 150 milímetros no ciclo, fator de alerta para o produtor de cana. “As chuvas ficaram bem abaixo da média histórica e os canaviais já enfrentam o déficit hídrico desde março e poderão ficar até outubro, quando voltam as chuvas. É um período muito longo sem água o que pode prejudicar a matéria-prima”, alertou.

Previsões para final de Outono e durante o Inverno

A segunda quinzena de maio se mostrou mais fria, com geadas consideradas fracas, ou seja, entre +1 a +4°C, nas regiões canavieiras do Mato Grosso do Sul, Paraná, faixa Sudoeste de São Paulo e, até, em Ituverava /SP e áreas próximas, levando em consideração o fator altitude. As previsões são baseadas em simulações norte-americanas-europeias e da SOMAR Meteorologia, abrangendo as regiões sucroenergéticas do Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Centro-Norte do estado do Paraná.

De acordo com o consultor Oswaldo Alonso, para o final de Outono, até 21 de junho e Inverno, até meados de setembro, as previsões mostram que as chuvas poderão ficar dentro ou abaixo das normais climáticas para a Região Sudeste, Centro Oeste e Centro Norte do Paraná, exceto para a Região Leste. E ficara dentro ou acima destas normais para os estados do Nordeste.

Em junho, as ondas de frio já não devem ocorrer com a mesma intensidade de maio, prevendo-se, inclusive, mínimas bem mais elevadas que o normal em meados do mês no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Temperaturas abaixo da média apenas estarão associadas com excesso de nuvens e umidade no Nordeste, parte do Sudeste, Centro-Oeste pelas madrugadas mais frias e baixa umidade relativa do ar. No Leste, terá baixa amplitude térmica.

“Comparativamente a junho, as Regiões Sudeste e Centro-Oeste poderão sofrer com temperaturas mais baixas em julho e em agosto, o período de seca dominará em quase todo Brasil e pelas previsões norte-americanas, a temperatura poderá ficar acima da média. já a europeia, tem previsão de que fiquem abaixo da média e “calorão” em setembro. Neste mês ainda todas as simulações mantêm as temperaturas acima da média”, explicou Alonso.