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Clealco amplia cogeração e planeja crescimento

Clealco amplia cogeração e planeja crescimento

O tradicional grupo sucroalcooleiro paulista Clealco pretende ampliar sua capacidade de cogeração de energia a partir da biomassa da cana na próxima temporada (2015/16). A unidade do grupo localizada no município paulista de Queiroz já deverá produzir no ciclo que começa no próximo mês de abril 150 mil megawatts-hora, 25% mais que em 2014/15 (120 mil).

No médio prazo, o plano é estender a cogeração para as outras duas unidades do grupo – localizadas nos municípios de Clementina e Penápolis – e elevar a capacidade para 480 mil MWh, conforme o diretor-superintendente da Clealco, José Bassetto Júnior. A empreitada demanda recursos da ordem de R$ 340 milhões, e para bater o martelo os acionistas querem mais segurança sobre o comportamento do mercado de energia no longo prazo.

2011-02-17 Clealco Queiroz Externa (1)

Da produção prevista para 2015/16, 120 mil MWh já foram negociados nos leilões governamentais. De acordo com Bassetto Júnior, o objetivo é ofertar os 30 mil MWh que restam nos demais leilões marcados para este ano.

Em 2014, o grupo Clealco foi um dos poucos no país que concretizaram a aquisição de uma usina de cana no Centro-Sul. O alvo foi a Campestre, localizada em Penápolis e que estava em recuperação judicial desde 2009. No atual ciclo (2014/15), a Penápolis processou 1,6 milhão de toneladas de cana.

No total, a meta era elevar a moagem do grupo para 10,5 milhões de toneladas em 2014/15. No entanto, a seca que afetou os canaviais paulistas no ano passado obrigou a empresa a reduzir a meta para 9,5 milhões de toneladas.

Até novembro passado, as três usinas da Clealco, juntas, haviam colhido 8,4 milhões de toneladas da matéria-prima. Para alcançar a nova meta, a empresa decidiu recomeçar a moagem de cana mais cedo este ano. No mês de março, último mês da safra 2014/15, o grupo pretende processar 1 milhão de toneladas.

2009-01-27 Energia Cogeraçao Bagaço Enfardado Bioenergia Bioeletricidade Industria  (12)Assim, a produção de 2014/15, que até novembro foi de 585 mil de toneladas de açúcar e 274 milhões de litros de etanol, deverá ganhar, até o fim de março, mais 60 mil toneladas de açúcar e 35 milhões de litros de etanol. “Com isso, o mix final do ciclo vai ficar em 60% para a commodity e 40% para o biocombustível”.

Apesar da quebra de safra, o faturamento do grupo na temporada 2014/15 deverá confirmar as expectativas e chegar a R$ 1 bilhão, ante os R$ 800 milhões de 2013/14, segundo o executivo. Isso porque a concentração de açúcar (açúcar total recuperável ou ATR) na cana colhida subiu para 133 quilos por tonelada, ante os 126 quilos do ciclo anterior.

Além disso, os preços de venda de açúcar e etanol ficaram dentro do esperado, afirma o executivo. A empresa ainda tem em estoque 55 milhões de litros de etanol hidratado e 20 milhões de litros de anidro para serem comercializados. De açúcar, o grupo conta com 43 mil toneladas para entrega em março.

A expectativa é que os preços médios de venda do açúcar na safra 2014/15 fiquem entre R$ 920 e 935 a tonelada e os do etanol, na faixa de R$ 1,4 mil por metro cúbico (média entre anidro e hidratado).

Para 2015/16, o grupo retomou o objetivo de moer 10,5 milhões de toneladas. Uma área de 30 mil hectares de cana (equivalente a 20% da área total) foi renovada em 2014, o que se refletirá na oferta da matéria-prima em 2015. A previsão é produzir 768 mil toneladas de açúcar e 313 milhões de litros de etanol.

(Fonte: Valor Econômico)