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Cinco pontos que merecem destaque na safra segundo CEO da Usina Vertente

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Filho: safra está tendo 'ano molhado'
Filho: safra está tendo ‘ano molhado’

Em entrevista ao Portal JornalCana, o diretor executivo da Usina Vertente apresentou cinco pontos que merecem destaque na safra de cana-de-açúcar 2016/17.

O executivo está otimista em relação a safra. Acredita que este será um ano de bons lucros — principalmente pelo fato do atual preço do açúcar estar acima do custo, de um EBTIDA favorável e que 2017 e 2018 serão dois bons anos de recuperação. Confira:

1. Safra mais açucareira

“A Usina Vertente, de Guaraci (SP), tradicionalmente produz mais etanol do que açúcar. Todavia, nesta safra a chave está toda virada para a produção de açúcar. Isto, graças a fatores, como: preço da commodity no mercado internacional acima do custo de produção, quebra da produção canavieira na Índia, sobretaxa do preço das exportações indianas, descolagem de preço do açúcar de cerca de 450 reais por tonelada. Fator bom, pois todos os produtores viram a chave para o açúcar, o que faz com que o preço do etanol suba sem ficar amarrado”.

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2. Cenário político favorável

“A presença do Pedro Parente na Petrobras é boa. Creio que favorecerá o setor. Ele foi do setor, presidente da Bunge e presidente do conselho da Unica. Então, acho que ele tem uma visão mais solidária quanto ao que o setor sofre”.

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3. Não pode faltar etanol

“Como o setor está muito endividado, o etanol virou o caixa das usinas. A tendência de se produzir muito açúcar acarreta em falta de produção de etanol. Com a baixa do preço do combustível o consumo aumenta e o fornecimento é comprometido. Deixar de ser preocupar com a falta de etanol no mercado é um erro de estratégia geral. O governo precisa se alinhar com o setor, para que ambas partes ganhem.
Incluo nisto, as amarras estabelecidas pela ANP, onde as usinas precisam virar dezembro com 20% de anidro nos tanques e 8% em março, o que só garante entrega de etanol anidro”.

4. Clima: ano molhado

“Estamos tendo o que alguns chamam de ano molhado. Totalmente atípico para nós. Por conta das chuvas, ficamos 12 dias parados, deixando com isso de moer 150 mil toneladas. A região da Guaraci (SP) é bastante seca, chovendo 700 milímetros ao ano. Mas este ano choveu quase 1000 milímetros somente em junho. A instabilidade climática, sempre é um fator preocupante”.

5. Logística: o passeio do álcool

“A questão que mais precisa ser redesenhada no setor é a logística. Fala-se em alcoolato e ferrovia, mas é uma questão que não anda. Esse passeio do álcool é uma coisa absurda! Se produz álcool em Ribeirão Preto, leva para Paulínea e volta para Ribeirão. O prejuízo desse passeio chega em forma de mais custos para os produtores”.