O processamento da safra de cana-de-açúcar 2023/24 no Norte e no Nordeste do País atingiu 8,74 milhões de toneladas até a segunda quinzena de agosto.
O volume é 9,1% superior às 8 milhões de toneladas processadas em igual período do ciclo 2022/23.
Segundo o presidente-executivo da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), Renato Cunha, a safra foi “descontinuada em setembro, pois o período encontra-se muito úmido”, com chuvas intensas nos últimos 30 dias.
“Registrou-se, por mês, mais de 200 milímetros de precipitação em algumas regiões do Norte e Nordeste”, enfatiza o executivo, também presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçucar/PE). Ele acrescenta que por enquanto os números verificados na moagem em andamento ainda são tímidos e sem escala para estabilizar a produção.
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Na atual safra destaca-se o melhor ritmo produtivo do etanol, que atingiu 541 milhões de litros, sendo 294 milhões de litros de anidro destinados à mistura na gasolina. A produção do biocombustível hidratado alcançou 246 milhões de litros. Nas próximas quinzenas, ressalta Cunha, “com a estabilização do verão e maior número de usinas entrando em operação, certamente os números expressarão volumes maiores.”
Para o açúcar, houve produção 33,6% superior à verificada no ciclo 2022/23. Já são mais de 195 mil toneladas ante 146 mil de toneladas produzidas até 31 de agosto do ano passado.
Pedro Robério de Melo Nogueira, presidente do Conselho Deliberativo da NovaBio, acredita que a expectativa de melhor qualidade dos canaviais também favorecerá um aumento da produção de açúcar e etanol nos próximos meses. Até o final da safra, no estado de Alagoas, as quantidades dos dois produtos deverão ser de 1,65 milhão de toneladas e 506 milhões de litros, respectivamente.
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“A safra alagoana em 2023/24 está apenas no seu início e já tem 15 unidades industriais em plena operação. A expectativa é de processarmos, no estado, 21 milhões de toneladas de cana, volume sensivelmente igual ao ciclo 2022/23”, complementa Robério, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçucar/AL).