As importações de açúcar líquido da China atingiram um recorde histórico em 2020/21. No final de 2020, as usinas chinesas pediram que fossem colocadas restrições às importações de açúcar líquido.
Apesar de seus esforços, a China importou um recorde de 808 mil toneladas de açúcar líquido em 2020/21 (out / set) e pode fazê-lo novamente nesta temporada segundo a trading inglesa Czarnikow.
O açúcar líquido continua a ser a opção mais barata para os consumidores da China, pois pode entrar com isenção de impostos de origem da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático). Também não há limite para a quantidade de açúcar líquido que a China pode importar. Já as importações de cru e branco são limitadas de acordo com as cotas do Ministério do Comércio (MoC).
Isso contribuiu para o excedente de açúcar da China e enfraqueceu os preços internos. Os fluxos podem permanecer fortes em 2021/22, ampliando esses problemas.
Impactos no mercado internacional
De acordo com a Czarnikow, a China importou um recorde de 5,67 milhões de toneladas de matérias-primas em 2020/21, já que o MoC emitiu mais licenças de importação do que o normal. Isso permitiu que as refinarias comprassem muitas matérias-primas quando os preços estavam baixos em uma década. A China, portanto, tem mais açúcar do que precisa para satisfazer a demanda doméstica.
Outra temporada de fortes importações de açúcar líquido aumentaria o excedente da China e suprimiria ainda mais os prêmios do açúcar. Isso significa que os valores físicos do açúcar seriam negociados muito abaixo do preço futuro da ZCE, com o mercado interno incapaz de consumir o excesso de açúcar.
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A elevação do consumo interno de açúcar líquido pelos chineses, também afetará a disponibilidade de açúcar refinado da Tailândia em 2021/22. Para atender a demanda chinesa, as fábricas de açúcar líquido da Tailândia geralmente convertem o açúcar refinado em açúcar líquido, reduzindo sua capacidade de exportação para o mercado mundial.