
Além das questões de curto prazo, preocupa o setor o fato de a capacidade instalada de cogeração estar crescendo a taxas ínfimas, diz o consultor da Unica Zilmar Souza. Em 2014, a potência instalada no setor era de 9,881 mil MW. Em junho deste ano, a capacidade subiu para 10,046 mil MW, com a entrada de novos projetos, planejados nos anos anteriores. Até o fim de 2015, conforme a Aneel, essa capacidade será elevada para 10,419 mil MW, um acréscimo de 538 MW sobre 2014.

Souza lembra que 2010 foi o ano em entraram em funcionamento os projetos que haviam vendido energia nos leilões exclusivos de biomassa, ocorridos entre 2005 e 2008, com condições de remuneração atrativas para a época. “Depois disso, o governo mudou as regras e o mercado se retraiu. Alguma sinalização positiva, com leilões a preços melhores, vem ocorrendo. Mas o setor sucroalcooleiro, assim como o segmento energético como um todo, está muito inseguro em investir”, explica.
Neste ano, foi realizado um leilão de fontes alternativas A-5, no qual apenas dois projetos de biomassa venderam energia para entrega daqui a cinco anos. Juntos, esses dois projetos vão entregar 325,3 GWh ao preço máximo de R$ 278,5 o MWh. “É um valor acima dos leilões de biomassa findos em 2008. Mas os custos de implantação de uma planta de cogeração mudaram de lá para cá”, diz Souza.
(Fonte: Valor Econômico)