A Canaplan estima uma queda de 60 milhões de toneladas para a safra 2021/22 como reflexo da estiagem prolongada em 2020, que se mantém neste ano, com precipitações bem abaixo da média da última década. Assim, a moagem deve ficar entre 540 e 553 milhões de toneladas na região Centro-Sul, o que representa um recuo de 11,7% a 13,1% em relação ao ciclo anterior.
“Temos uma herança difícil de 2020. Além dos impactos da pandemia da Covid-19, a questão climática, com seca e incêndios nas regiões produtivas, não permitiu plantios desejados, então o canavial envelheceu e cana mais velha sente mais os efeitos climáticos”, disse Luiz Carlos Carvalho, diretor da Canaplan, no webinar “Safra Cana 21/22 – Projeções de Produção e Preços”, realizado pelo JornalCana no dia 5 de maio.
Ele afirmou, ainda, que o desenvolvimento vegetativo da cana está atrasado, com falhas na brotação e cana mais fina, o que tem determinado o ritmo da colheita e da produtividade. “A desidratação excessiva e o retorno das chuvas mais cedo pode promover redução de qualidade no terço final da safra, o que também é um desastre”, alertou.
Diante desses fatos, a consultoria estima que a produtividade média no Centro-Sul deverá ficar entre 70,5 e 71,6 toneladas por hectare e o ATR (Açúcar Total Recuperável) sofrerá uma queda de 3,7%, ficando em 139 quilos. “É um número bom em relação às outras safras, mas é pior pelas condições que estamos vivendo”, disse o consultor.
O TCH também terá redução de 8% a 9,4% e a quantidade global de produtos disponíveis, que somou 87,62 milhões de toneladas de ATR no ciclo passado, não deverá ser maior do que 77,1 milhões de toneladas.
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Carvalho apontou, ainda, que 46% da matéria-prima será destinada à produção de açúcar e 54% para o etanol. Assim, o volume do alimento produzido deverá ficar entre 33,1 e 33,8 milhões de toneladas e o de etanol, em cerca de 24 bilhões de litros, portanto, em torno de 3 bilhões de litros a menos do que no último ciclo.
Durante sua explanação, o diretor-presidente da Canaplan falou sobre as conjunturas econômicas que impactam o setor, dando ênfase ao ciclo político complexo e ao ambiente volátil no âmbito jurídico, e também deu um panorama sobre a safra canavieira nas principais regiões produtoras do mundo e a importância do Brasil nesse mercado. Afirmou, ainda, que os valores do açúcar e etanol devem continuar em alta. “As condições de preços da safra 20/21 foram excepcionais e nós jogamos o patamar de preços para o início dessa safra e começamos a temporada com preços bem melhores”, disse.
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