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Canaplan aponta que moagem da safra 2023/24 pode chegar a 595 milhões de toneladas

Volume supera em mais de 8%  a safra 2022/23, que fechou em 548 milhões de toneladas

Canaplan aponta que moagem da safra 2023/24 pode chegar a 595 milhões de toneladas

Números divulgados durante a 1ª Reunião Canaplan 2023, realizada no dia 27 de abril, projetam para a safra 2023/24 uma moagem entre 593 e 595 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil.

O volume supera em mais de 8% o processamento da safra 2022/23, que fechou em 548 milhões de toneladas.

Segundo o diretor da Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho (Caio Carvalho), o alcance da produtividade vai depender de dois cenários que devem variar de acordo com o clima.

Se a safra seguir em um cenário mais “normal”, com seca no inverno, moagem mais acelerada e com maior recuperação do ATR e produtividade, o processamento total deve atingir 593 milhões de toneladas.

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Já em um cenário mais chuvoso, com inverno mais úmido, com menor qualidade da matéria-prima e atraso na moagem, resultando em mais cana-bis, o Centro-Sul chegaria a 595 milhões de toneladas com cerca de 10 milhões de toneladas de cana-bis.

Com um mix de açúcar entre 46% e 46,5%, a Canaplan estima que a região pode produzir de 36 a 36,8 milhões de toneladas de açúcar e de 31,9 a 32 bilhões de litros de etanol, dos quais 6,2 bilhões serão a partir do milho.

A produtividade dos canaviais deve variar entre 80 t/ha, se o ano for mais chuvoso, e 78,5 t/ha no ano considerado normal. A qualidade da cana deve variar entre 138 kg/t e 140 kg/t, a depender da quantidade das chuvas também. Já a área de colheita da safra 2023/24, deve ficar entre 7,38 e 7,55 milhões de hectares, não muito distante dos 7,494 milhões de hectares da temporada 2022/23.

Segundo Carvalho, “a única grande variável que pode segurar uma safra literalmente espetacular (23/24 e provavelmente 24/25), é o que a Petrobrás vai fazer com o preço dos combustíveis”, disse.

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O professor da Unesp-Dracena, Paulo de Figueiredo destacou a resiliência do setor. Segundo ele, com um cenário com chuvas em setembro espera-se um florescimento difuso. Para Figueiredo a safra será melhor que a anterior em questão de TCH. Ele destacou também que o cuidado com as folhas é estratégico, “principalmente às do terço médio”, explicou.

O consultor da Canaplan, Nilceu Piffer Cardozo, afirmou que a safra 2023/24 será de “ostentação”, com forte recuperação dos canaviais impulsionada pelas chuvas que favoreceram o desenvolvimento da cultura no início do plantio. “Iniciamos em um cenário ligeiramente diferente. Antes faltava água, agora está sobrando. A gente sabe que vai produzir, mas não sabemos se iremos entregar”, disse Cardozo.

Segundo ele, há expectativa de precipitação acumulada nos canaviais em 2023/24 entre 1,3 mil a 1,4 mil milímetros, o que está muito próximo do ideal para o Centro-Sul. No entanto, para além das chuvas favoráveis ao desenvolvimento da cultura, há modelos meteorológicos indicando risco de configuração de um forte El Niño neste ano.

Para o consultor da Canaplan, Ciro Mendes Sitta, a safra 2022/23 apresentou uma melhora houve uma melhora generalizada em seus indicadores e com relação aos preços dos fertilizantes para a safra 2023/24 , eles estão entre 50% a 60% mais baixos em comparação com o ano passado.