“Aproveitar a poupança de fósforo (P) existente em nosso solo, é um dos objetivos da cana regenerativa, cujo conceito agrícola é reabilitar o solo e mantê-lo produtivo o maior tempo possível, ou seja, sustentável, aumentando a eficiência do sistema e reduzindo a necessidade de expansão de áreas”, explicou Raffaella Rossetto, pesquisadora científica IAC, durante sua apresentação no CANABIO23, realizando na manhã desta quarta-feira (25), no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto – SP.
Rossetto falou sobre Microrganismos e Solubilização de fosfatos. Ela explicou que diferentemente do nitrogênio e do carbono, o ciclo do fósforo não tem compartimento atmosférico. Os solos brasileiros, tem pouco P (80% dos solos) – 2 a 5 mg dm-3, no entanto, existem uma poupança que pode ser aproveitada.
“Um total de 45,7 milhões de toneladas de P foram aplicadas ao solo no Brasil de 1960 a 2016. Deste total, 30 milhões de t (66%) permanece no solo, o equivalente a 40 bilhões Reais, preso a metais, preso a argilas e na matéria orgânica. A cana regenerativa – pretende utilizar essa poupança. Melhorando a saúde do solo, a biodiversidade, e promovendo ações simbióticas entre: produto biológico integrado ao fertilizante”, afirmou Rosseto.
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A pesquisadora informou que para se ter boas respostas com a inoculação de microrganismos solubilizadores de P, é preciso que se tenha P no solo, que o inóculo esteja registrado no MAPA, verificando-se prazo de validade e seguindo as instruções, que ele seja armazenado em local fresco, e que seja feita a adubação com aplicação do inóculo no mesmo dia, de preferência no final da tarde (20 a 25º), condições boas de umidade do solo e do ar, além do pH corrigido.
De acordo com a pesquisadora, os solubilizadores de fosfatos estão mostrando potencial para uso em cana. Ela lembra que os microrganismos são tão mais eficientes quanto melhor forem as condições para seu crescimento e que os solos com boa fertilidade têm maior chance de obter respostas da inoculação com solubilizadores de fosfatos.