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Brookfield negocia controle da Odebrecht Ambiental

Brookfield negocia controle da Odebrecht Ambiental

O fundo canadense de infraestrutura Brookfield está fechando as negociações para assumir o controle da empresa de saneamento Odebrecht Ambiental, do grupo Odebrecht, conforme apurou o Valor com fontes do setor a par das negociações.

O valor do negócio, pela totalidade das ações da empresa, é estimado entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. O grupo Odebrecht detém 70% do capital da companhia.

A divisão de infraestrutura do Brookfield tem sido bastante ativa em aquisições no país. Tem ativos nas áreas de energia, ferrovia (26,5% da VLI) e de concessões rodoviárias (co-controla a Arteris com a espanhola Abertis). Recentemente, esteve próxima de assumir os 24,5% da OAS na holding de infraestrutura Invepar.

A Odebrecht ambiental, que tem atuação em concessões de água e esgoto, além de clientes industriais, integra o pacote de ativos colocados à venda pelo grupo Odebrecht. O objetivo é arrecadar R$ 12 bilhões até o fim do ano, desfazendo-se de diversos negócios em áreas como energia, saneamento e empreendimentos imobiliários, no país e exterior.

Os recursos serão utilizados para abater dívidas do conglomerado empresarial, envolvido na Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga desvios em contratos da Petrobras.

No momento, a Odebrecht finaliza as negociações com vários bancos da rolagem da dívida de R$ 13 bilhões da empresa de açúcar e etanol, a Odebrecht Agroindustrial. Entre capital e ativos, o grupo – detentor da totalidade do capital da empresa – deverá pelo menos R$ 4 bilhões.

O grupo Odebrecht tem como sócio no capital da empresa, com 30% das ações, o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), gerido pela Caixa Econômica Federal e aplica recursos em empresas com atuação na área de infraestrutura, como energia, saneamento e outras concessões.

A Odebrecht Ambiental, montada a partir de 2009, tem presença em 11 estados brasileiros. No ano passado teve receita bruta operacional da ordem de R$ 2,3 bilhões, o que representou crescimento de 17% sobre os R$ 1,97 bilhão de 2014. É considerada um ativo bom, lucrativo, por especialistas desse setor. O balanço de 2015 ainda não foi divulgado.

O grupo Odebrecht e a empresa contam a assessoria, nessa transação, dos bancos Bradesco, ItaúBBA e BTG pactual, contratados desde o último trimestre de 2015 para buscar candidatos. Além da Brookfield, houve interesse de grupos franceses. A empresa chegou a cogitar a busca de um sócio, mas a ideia não prosperou.

O grupo Odebrecht e a empresa informaram que não comenta o assunto de venda, já admitida pelo conglomerado. A Brookfield preferiu também não comentar.

Fonte: (Valor)