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BrasilAgro vende fazenda e tem lucro de R$ 181 milhões

A Terras Novas é fornecedora do setor sucroenergético
A Terras Novas é fornecedora do setor sucroenergético

A venda de uma fazenda no Piauí trouxe à BrasilAgro o melhor resultado de sua história no ano fiscal de 2015, encerrado em 30 de junho. A companhia, especializada no desenvolvimento de terras agrícolas, registrou um lucro líquido de R$ 180,8 milhões no período, que corresponde à safra 2014/15, uma volta por cima depois do prejuízo líquido de R$ 13,36 milhões no ano passado.

“Acredito que depois de construir uma empresa do zero, com um modelo de negócios pouco conhecido, de maturação lenta e que muitos tinham reservas, chegamos a esse resultado que mostra o que somos capazes de fazer”, disse ao Valor Julio Piza, CEO da companhia, que fez seu IPO (oferta pública inicial de ações) há quase uma década, em 2006.

Em balanço divulgado ontem, a empresa reportou uma receita líquida de R$ 440,74 milhões no ano fiscal de 2015, aumento de 167% em relação aos R$ 165,05 milhões da temporada passada.

Em junho, a empresa vendeu por R$ 270 milhões os 27.745 hectares da fazenda Cremaq, situada no município de Baixa Grande do Ribeiro (PI). Mas outros fatores, como a boa produtividade da safra e a otimização de custos, também colaboraram para catapultar os resultados da BrasilAgro, na avaliação de Piza.

Os últimos dois a três anos foram interessantes para a venda de propriedades, afirmou o executivo, que vê a empresa entrando agora em uma nova etapa. “Nos preparamos para uma fase de aquisições, só não sabemos quando vai começar, se em um ou seis meses”. A “quebra” recente de grandes produtores – os grupos Pinesso e JPupin já pediram recuperação judicial – reforça a chance de novas oportunidades de negócios, disse. Segundo Piza, ainda pode haver ajustes nos preços das terras em algumas regiões, mas ele crê em uma acomodação, porque há uma “enorme tensão” no mercado e um encarecimento do crédito.

A valorização do dólar nos últimos meses tem favorecido a BrasilAgro, que não tem dívidas na moeda americana. Em 30 de junho, a empresa devia R$ 110,08 milhões, 8,4% abaixo do mesmo período de 2014. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 198,39 milhões no ano fiscal de 2015, ante R$ 3,68 milhões do ano anterior.

No trimestre encerrado em 30 de junho, a empresa registrou um Ebitda ajustado de R$ 189,99 milhões. O lucro líquido somou R$ 161,93 milhões, ante o prejuízo líquido de R$ 6,55 milhões do mesmo intervalo de 2014. Já a receita cresceu 269%, a R$ 346,94 milhões.

As duas outras empresas de produção agrícola com capital aberto na BM&FBovespa tiveram desempenhos mais modestos no trimestre, mas também ficaram no azul. A Vanguarda Agro reportou um lucro líquido de R$ 26 mil, ante a perda líquida de R$ 29,9 milhões em igual período do exercício anterior. Já a SLC Agrícola obteve um resultado líquido positivo de R$ 43,1 milhões, cerca de sete vezes superior, na mesma comparação.

(Fonte: Valor Econômico)