Publicações e estudos sobre a cana-de-açúcar aumentaram nos últimos anos. Entre 1999 e 2006, a frequência de artigos publicados era cerca de cinco por ano, mas, em 2021, atingiu 327. O Brasil responde pelo dobro de publicações dos Estados Unidos – o país de maior publicação científica do mundo – e está na frente de Austrália, China e Índia, que também plantam o vegetal.
As publicações sobre cana-de-açúcar aumentaram exponencialmente a partir de 2006 em todo o mundo e o Brasil é o país com a maior quantidade de artigos publicados no período, aponta uma revisão de estudos publicada recentemente no periódico BioEnergy Research.
De acordo com os pesquisadores do Laboratório de Fisiologia Ecológica de Plantas (Lafieco) do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) responsáveis pelo trabalho, a descoberta reforça a importância do Brasil no cenário mundial de sustentabilidade.
Análise feita por pesquisadores da USP mostra também que é preciso avançar em técnicas de engenharia genética para aumentar a produção de etanol sem expandir a área de plantio.
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Segundo os cientistas, apesar da evolução, as estratégias de engenharia genética aplicadas à cana-de-açúcar ainda precisam avançar, se comparadas a outras culturas.
“Chegamos a um limite em termos genéticos: ou aumentamos o número ou o tamanho das células para poderem armazenar mais açúcar, o que requer tecnologias sofisticadas que lidam com grandes quantidades de dados, como métodos analíticos, bioinformática e análise computacional, entre outras, para ajudar a melhorar o desempenho fisiológico da cana-de-açúcar, aumentando a produtividade sem expandir a área de plantio”, explicam os pesquisadores.
Para que o comportamento da cana-de-açúcar possa ser controlado com precisão, e a planta tenha potencial em um cenário de mudança climática, com secas e enchentes extremas, cientistas de todo o mundo se deparam, no entanto, com dois entraves. O primeiro é o sequenciamento genômico, que ainda precisa ser aprimorado. A principal frente desse trabalho no Brasil é liderada por Diego Pachon, pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP).
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Uma vez que o sequenciamento genômico preciso da cana-de-açúcar seja obtido com sucesso, serão necessárias técnicas capazes de proporcionar modificações específicas no genoma. A principal aposta dos cientistas para isso é a tecnologia de edição genética CRISPR-Cas9 – que já está sendo testada pelo pesquisador Marcelo Menossi no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp).