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BP quer ampliar investimentos em biocombustíveis

Segundo vice-presidente do grupo, o etanol para SAF da aviação é um dos caminhos mais promissores

BP quer ampliar investimentos em biocombustíveis

O etanol deve prevalecer ante a perspectiva de eletrificação em alguns países, e sua utilização no biocombustível de aviação (SAF) deverá ser uma de suas aplicações mais promissoras. Essa é a avaliação do executivo Nigel Dunn, vice-presidente sênior de biocombustíveis da BP, empresa que figura entre as maiores petrolíferas do mundo.

Em 2020, a BP anunciou um pacote de US$ 5 bilhões para investir na produção de diesel renovável e em SAF, negócios em que almeja alcançar 20% de participação de mercado, enquanto corta sua produção de óleo e gás em 40% até 2030.

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A empresa vai priorizar a conversão de algumas refinarias de petróleo para um modelo de biorrefinarias, que usem matérias-primas como os resíduos da agricultura, das cidades e da indústria. Por isso, a produção desses biocombustíveis deverá ficar concentrada na Europa, onde estão suas refinarias de petróleo.

O etanol brasileiro pode entrar nessa história como matéria-prima para a produção de SAF. “Você pode transformar etanol em SAF. Isso é algo que estamos avaliando”, disse ele em entrevista ao Valor Econômico. Essa alternativa seria facilitada pelo controle vertical da cadeia. “Já temos acesso a esses clientes [de SAF], vendemos para linhas aéreas já há 100 anos, conhecemos muito bem, então sabemos como introduzir SAF. Se olhar o conjunto, devemos ter sucesso nesse negócio,” avalia.

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Em 2019, a BP uniu-se à Bunge no Brasil, formando a BP Bunge Bioenergia, o segundo maior grupo do segmento no país. Recentemente as empresas tentaram vender a companhia, mas a ausência de propostas satisfatórias travou as negociações. Caso a Bunge mantenha o interesse de desfazer a joint venture, a BP tem a preferência na aquisição da fatia. Na safra 2021/22 a BP Bunge alcançou um lucro de R$ 396 milhões.

A companhia ainda vê espaço para crescer organicamente no mercado brasileiro de etanol, sem aportes próprios por enquanto. Dunn ressalta que há bastante espaço para ocupar a capacidade instalada – na safra atual (2022/23), cuja moagem terminou em novembro, as usinas da BP Bunge Bioenergia processaram 26 milhões de toneladas de cana, e a capacidade instalada é de até 32 milhões de toneladas.

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Dunn anunciou também que a BP avalia planos para investir na produção de biogás a partir da vinhaça da cana. A empreitada é uma consequência natural da aposta anunciada recentemente de usar o resíduo da cana para substituir completamente o uso de fertilizantes minerais em suas lavouras de cana até 2025. Fora do Brasil, a múlti iniciou sua aposta em biogás, que incluiu a aquisição da americana Archae Energy, concluída em dezembro.