Usinas

BP Bunge repudia práticas ilegais e condição degradante de trabalho

Companhia se manifestou em relação à acusação de trabalhadores em situações precárias em Goiás

BP Bunge repudia práticas ilegais e condição degradante de trabalho

A BP Bunge Bioenergia se manifestou sobre a operação do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego, que resgatou nesta sexta-feira (17), um total de 212 trabalhadores em Goiás, que prestavam serviço nos municípios de Araporã, em Minas Gerais, e Itumbiara, Edeia e Cachoeira Dourada, em Goiás.

Os trabalhadores haviam sido contratados por uma empresa de prestação de serviços terceirizados que realizava a intermediação de mão-de-obra para as usinas destas regiões.

A companhia ressaltou ter tomado providências imediatas após saber da situação irregular envolvendo os trabalhadores contratados recentemente por um prestador de serviço em Edéia.

Ao JornalCana, o CEO da BP Bunge Bioenergia, Geovane Consul, explicou que o contrato da companhia com a empresa terceirizada, a SS, era de apenas 35 dias, e as imagens de condições análogas à escravidão, as quais a auditoria fiscal do Trabalho do MTE se baseia, não foram feitas nos alojamentos que estavam alocados na BP Bunge.

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“Somos uma empresa que preza muito pela condição de trabalho dos seus funcionários. Infelizmente isso veio a acontecer, mesmo que com esse breve espaço de tempo que nós tínhamos de contrato com a prestadora de serviço, e mesmo que a gente tenha feito inspeção nos alojamentos, etc, que é uma prática que temos, fomos surpreendidos. E pelo fato de alguns outros locais que essa empresa opera, tenham encontrado as condições precárias, de alojamento e de trabalho, nós acabamos sendo envolvidos. Porém rapidamente tomamos as providencias para indenizar os funcionários, providenciar condições adequadas de alojamento e retorno para suas cidades”, explicou.

Geovane Consul

Consul ressaltou ainda que ficaram muito triste com esse processo todo, mas não irão medir esforços para resolver esse problema o mais rápido possível, para evitar que aconteça de novo.

“Prezamos muito por isso e, infelizmente, essa empresa que é muito conhecida em Goiás e trabalha para diversas empresas na região, acabou adotando práticas que a gente não compartilha. Para nós foi um aprendizado e vamos adotar medidas cabíveis”, disse.

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A situação foi comentada também por outros prestadores de serviço da usina. “Na minha opinião, a BP Bunge foi pega de surpresa. Ela não adota nenhum procedimento errado, é uma super empresa, preza pela qualidade de vida das pessoas que trabalham direta e indiretamente para ela. Essa situação não espelha a realidade da BP Bunge, deve ter sido uma armadilha e uma surpresa para quem presta serviços para ela como nós” afirma Ricardo Boldrin, da IB Logística, empresa que presta serviços para diversas usinas no Triângulo Mineiro e Noroeste de São Paulo.

Em comunicado enviado ao JornalCana, a BP Bunge afirma ter agido “rapidamente em defesa dos trabalhadores para garantir as prioridades sociais e humanas e arcou prontamente com os pagamentos indenizatórios”.

Confira a nota na íntegra:

Ricardo Boldrin

“A BP Bunge Bioenergia tomou conhecimento de uma situação irregular com trabalhadores contratados recentemente por um prestador de serviço em Edéia, GO. A companhia agiu rapidamente em defesa dos trabalhadores para garantir as prioridades sociais e humanas e arcou prontamente com os pagamentos indenizatórios.

Estamos colaborando com as autoridades e apurando rigorosamente os fatos e as devidas responsabilidades para conduzir as medidas necessárias.

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A empresa repudia qualquer prática irregular relacionada à saúde e segurança do trabalhador e não compactua com situações que exponham as pessoas a condição degradante de trabalho, seguindo o cumprimento das leis e normas do País e adotando as melhores práticas e padrões para desenvolver suas atividades em conformidade com os direitos humanos.

A BP Bunge Bioenergia trata com seriedade os direitos trabalhistas e exige o mesmo das empresas que integram a sua cadeia produtiva e, por isso, conta com um processo estruturado de seleção, homologação, auditoria, desenvolvimento e melhoria contínua de seus fornecedores e prestadores de serviço.

Lamentamos o ocorrido. Para nós, o respeito às pessoas é um valor inegociável.”

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