O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou financiamento no valor de R$ 157 milhões para a construção de uma usina de biometano em Triunfo, no Rio Grande do Sul.
Dessa quantia, R$ 79,8 milhões são provenientes do Programa Fundo Clima.
A estimativa é de que a unidade tenha capacidade de produção de 13 milhões de metros cúbicos de biometano ao ano e evite a emissão de mais de 14 mil toneladas de CO2 equivalente/ano na atmosfera.
Tecnicamente equivalente ao gás natural, o biometano é um combustível renovável produzido a partir da decomposição de matéria orgânica em biodigestores que utilizam microorganismos de ação anaeróbia. Sua produção evita a emissão de gases poluentes na atmosfera, assim como seu uso, já que é um substituto para o gás natural de origem fóssil.
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O apoio do BNDES ao empreendimento da Bioo Holding S.A., controlada pela Cótica Energia, que também atua no setor de biogás através da Sebigas Cótica, e pelo Fundo de Investimento em Participações e B Transição Energética Multiestratégia, foi estruturado como Project Finance, modelo em que as garantias são o próprio ativo e o fluxo de caixa do empreendimento.
O investimento total previsto, consideradas outras fontes de recursos além do BNDES, é de R$ 196 milhões. A produção de biometano será proveniente de insumos orgânicos de indústrias da região, de setores como frigorífico, papel e celulose e tratamento de efluentes, entre outros. O gás será comercializado com a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul – Sulgás, que o distribuirá para todo o estado via gasoduto.
O projeto, que tem previsão de gerar 153 empregos diretos e indiretos na fase de construção e 118 após sua entrada em operação, é aderente ao conceito de economia circular e inclui a produção de fertilizantes orgânicos e CO2. O gás carbônico é gerado naturalmente no processo da usina e, em vez de ser dispersado no meio ambiente, será purificado para aproveitamento industrial.
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De acordo com a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, “a operação faz parte do esforço do Banco de ampliar sua atuação no setor de biometano, usando recursos do Fundo Clima”. Ela destaca que o BNDES também avança em financiamentos a novos mercados associados à transição energética, como fertilizantes verdes e CO2 purificado.