Usinas

BNDES altera crédito para cogeração

O bagaço é matéria-prima das usinas para fazer eletricidade
O bagaço é matéria-prima das usinas para fazer eletricidade

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou mudanças no BNDES Finem e o rebatizou de BNDES Eficiência Energética. O programa também contempla os projetos de térmicas movidas a biomassa da cana-de-açúcar.

Mas qual o impacto dessas mudanças? O Portal JornalCana ouviu especialistas em cogeração e analistas desse nicho de mercado do setor sucroenergético. Imagem inline 1

Conheça como ficou o BNDES Finem – linha energética:

1  – O prazo de pagamento, anteriormente limitado a 72 meses (carência mais amortização), foi flexibilizado, e agora poderá ser ampliado, conforme a especificidade de cada projeto ou conjunto de investimentos.

2 – O custo financeiro mantém como referência a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 6,5% ao ano, cuja alocação o BNDES reserva para os projetos que considera prioritários, conforme as mais recentes políticas operacionais do Banco.
3 – A participação máxima do BNDES como financiador foi mantida em até 70% do total do projeto.
A cogeração pelo bagaço da cana também é contemplada pelo programa
A cogeração pelo bagaço da cana também é contemplada pelo programa
4 – A nova linha pode ser acessada por qualquer empresa com sede e administração no País. O instrumento contempla tanto investimentos realizados pelas organizações em unidades próprias quanto em unidades de terceiros.
5 – As operações de financiamento podem ser realizadas tanto na modalidade direta (em que o projeto é analisado diretamente pela equipe do BNDES), quanto na modalidade indireta (em que o projeto é analisado por um agente financeiro credenciado pelo BNDES, que atua como intermediário da operação), a critério do tomador de crédito.
6 – O valor mínimo para operações foi estabelecido em R$ 5 milhões, significativamente abaixo dos R$ 20 milhões de patamar mínimo usualmente estabelecido nas linhas diretas do BNDES. Para atingir os R$ 5 milhões, o cliente poderá agrupar investimentos em locais distintos na mesma operação, ou seja, seu plano de investimentos poderá contemplar um conjunto de projetos de eficiência energética a serem executados em diferentes locais, como, por exemplo, uma rede de hotéis, lojas ou unidades industriais.
7 – Os tipos de empreendimentos apoiáveis estão agrupados em quatro categorias: repotenciação de usinas; redes elétricas inteligentes; edificações, com foco em ar condicionado, iluminação e geração distribuída (incluindo cogeração) para unidades novas ou já existentes (retrofit); e processos produtivos, com foco em cogeração, aproveitamento de gases de processo como fonte energética e outras intervenções a serem priorizadas

Avaliação do Programa

Profissionais da área de cogeração consultados pelo Portal JornalCana são unânimes: o ‘novo’ programa do BNDES merece apoio porque também se propõe também a atender ao setor sucroenergético.

Mas as fontes também concordam: muitas companhias do setor sucroenergético estão impossibilitadas de contrair crédito em instituições financeiras, por conta da situação financeira.

Confira as opiniões do engenheiro Humberto Vaz Russi, blogueiro do Portal JornalCana e integrante da equipe da Aliança Engenheiros Associados:

“Vejo que o valor mínimo de R$ 5 milhões não consegue enquadrar todos os projetos de interesse no aumento da eficiência, mas acredito que será uma alavanca para os projetos que poderão concorrer ao leilão A-3 a ser realizado no mês de agosto de 2015.”

Mais: “Com relação a aplicabilidade nos projetos de biomassa, [o programa] não menciona claramente, mas faz ênfase nos projetos de cogeração e retrofits, com foco em eficiência energética, na qual se enquadram, sim, as usinas sucroenergéeticas.”

E, por fim: “O programa, em sua íntegra, descarta as aplicações em projetos de combustíveis fósseis, com exceção ao gás natural.”

Clique aqui para ler os posts de Humberto Vaz Russi no Portal JornalCana.

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