Usinas

Banco avalia futuro do etanol com retomada gradual do consumo  

Ritmo da retomada poderá exigir importação de etanol de cerca de 2,5 bilhões de litros

Banco avalia futuro do etanol com retomada gradual do consumo  

Se a conjuntura atual do mix de açúcar das usinas permanecer em patamares próximos aos 47%, como o visto na última quinzena de junho, o balanço de etanol pode ficar apertado no final da safra, apontou o Radar Agro, relatório produzido pelo Itaú BBA, após analisar a possibilidade de recuperação gradual do consumo, diante dos sinais de afrouxamento das medidas de contenção da Covid-19 em algumas regiões.

No caso mais otimista, em que a recuperação gradual do consumo nos meses vindouros implique em uma redução total de consumo anual de etanol na casa de apenas 10%, a necessidade de importação de etanol chegaria a 2,5 bilhões de litros, considerando o mix de açúcar atual.

“A queda no consumo do etanol nos três primeiros meses da safra atual foi de 26% em relação ao mesmo período da safra passada. Contudo, as quedas mensais têm se reduzido ao longo dos meses com as flexibilizações, o que pode sinalizar uma recuperação gradual do consumo. Em junho, a queda de consumo de etanol frente ao mesmo mês em 2020 foi de 18,1%”, ressaltou o relatório.

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O banco destaca também que as vendas externas do biocombustível já acumularam 0,67 bilhão de litros nos primeiros quatro meses da safra, aumento de 64,3% frente ao mesmo período no ano passado.

Diante dos dados, o Itaú BBA avalia que a disponibilidade de etanol para a safra 20/21 variará entre 25,8 a 28,3 bilhões de litros, volumes inferiores aos 32,6 bilhões de litros consumidos na safra 2019/20.

Assim, o cenário de balanço apertado de etanol e uma eventual necessidade de importação tendem a dar um tom mais positivo para as cotações do biocombustível no final da safra.

Segundo o banco, os valores mais vantajosos deverão prevalecer, porque, nessas condições, a relação entre os preços da gasolina e do etanol na bomba devem voltar para patamares elevados após a retomada.

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“Esse aumento da paridade combinado às curvas futuras do RBOB e da taxa de câmbio indicam que os preços médios do etanol hidratado nas usinas em São Paulo poderiam ser negociados ao redor R$ 1,93/L durante a entressafra”, afirma o documento.

Além disso, considerando os preços futuros do etanol de milho dos Estados Unidos, as estimativas do banco sugerem que o etanol anidro importado chegaria ao Brasil cotado a R$ 2,24/L, 17,2% superior à cotação atual do biocombustível (sem impostos).

Entretanto, o Itaú BBA avalia que é importante ter no radar que caso a taxa de câmbio se aprecie os aumentos esperados das cotações poderão ser minimizados.