Wellington Bernardes, Da Redação
A partir de 1º de julho entrará em vigor a medida provisória que aprova a elevação de 5% para 6% de biodiesel na mistura do diesel. O anúncio foi feito ontem pela presidente Dilma Rousseff e antecipado pelo JornalCana esta semana.
A expectativa do Ministério de Minas e Energia é diminuir o volume do combustível fóssil importado pelo país, a previsão é de redução de 1,2 bilhão de litros por ano, redução fundamental para reestruturação da Petrobras.
Em entrevista ao Valor, o ministro Edison Lobão afirmou que a medida está vinculada à política de diversificação da matriz energética nacional, com foco em alternativas renováveis e limpas. Lobão acrescentou que o acréscimo é convergente com as metas da ONU para desenvolvimento sustentável com respeito ao meio ambiente e suas possíveis alterações climáticas. A presidente destacou que a medida é estratégica para a redução de emissões de CO2 em 23 milhões de toneladas até 2020, e pretende alcançar tal patamar com a implementação, em novembro, do B7 – mistura de 7%.
Durante o anúncio, a presidente ainda afirmou que o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel completa uma década consolidado, reiterou que não haverá efeito sobre a inflação. Lobão enfatizou as políticas sociais do programa, cuja 83 mil famílias produzem as matérias-primas necessárias para a obtenção do biocombustível, sendo a principal a soja, que facilmente passou a mamona, antigo símbolo do programa durante sua implantação no governo Lula.
Segundo o presidente da Aprobio – Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil, Erasmo Carlos Battistella, a medida representa uma vitória. Battistella afirma que o setor atualmente opera com 40% de sua capacidade, há 60% de ociosidade e o setor tem capacidade de atender até o B10 sem necessidade de maiores investimentos, que já somam R$4 bilhões.