A média mensal dos preços do açúcar cristal negociados no mercado spot de São Paulo subiu em abril, primeiro mês oficial da safra 2021/22. A maturação da cana-de-açúcar demorou um pouco mais nesta temporada, atrasando o início da moagem em muitas usinas.
Desta forma, a oferta de açúcar para as vendas no spot foi restrita, em especial para o cristal tipo Icumsa 150. Nesse cenário, os valores domésticos do cristal reagiram a partir da segunda semana de abril, mesmo período em que as cotações do demerara voltaram a subir no mercado internacional.
O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 8,38% em abril, fechando a R$ 112,88/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 108,34/saca de 50 kg, 0,70% superior à de março (R$ 107,58/saca de 50 kg) e 40% acima da média de abril/20 (R$ 77,38/saca de 50 kg), em termos nominais.
Segundo a UNICA, a primeira quinzena da safra 2021/22 foi marcada pelo ritmo mais lento da produção em relação ao ciclo anterior. Ao todo, foram processadas 15,63 milhões de toneladas de cana frente às 22,5 milhões da safra anterior, queda de 30,57%.
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Já a produção de açúcar na primeira quinzena de abril/21 totalizou 6,622 milhões de toneladas no estado de São Paulo, volume 51,37% menor que o de igual período do ano passado (13,617 milhões de toneladas em abril/20).
No Nordeste, os preços de açúcar seguiram firmes no mercado spot, e a oferta esteve restrita – um maior número de unidades produtoras encerrou seus estoques. Já a demanda esteve retraída, com alguns compradores adquirindo o produto de maneira pontual. Na última semana do mês, porém, para algumas unidades produtoras, houve aumento na procura pelo adoçante, estimulando vendas envolvendo volumes maiores que nos períodos anteriores.
De acordo com dados do Sindaçúcar-AL, a safra 2020/21 foi encerrada em Alagoas no dia 25 de abril. Totalizando mais de oito meses de atividade, o ciclo canavieiro no estado somou pouco mais de 17 milhões de toneladas de cana beneficiadas e mais de 1,4 milhão de t de açúcar.
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Em abril/2021, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 114,25/sc de 50 kg, altas de 1,94% frente a março/2021 e de 37,37% em relação a abril/2020, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 113,76/sc, aumentos de 1,78% em relação a março/2021 e de 35,48% comparado a abril/2020, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 110,01/sc, elevações de 0,60% e 32,56% nas comparações mensal e anual.
No mercado internacional, as cotações do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) subiram, influenciadas principalmente pelo atraso da colheita no Brasil e por expectativas de menor produção da commodity no País. Chuvas abaixo da média devem prejudicar a produção brasileira. O Citibank reduziu as estimativas de excedente mundial da commodity em cerca de 22% frente ao indicado em março. Por outro lado, a melhora na produção do açúcar em importantes regiões como a Índia e a Tailândia pode limitar novas altas.
Cálculos do Cepea indicaram que, em abril, as vendas externas do açúcar remuneraram, em média, 1,11% a mais que as internas. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Maio/21 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 48,69/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 40,67/t.