
A produção de açúcar em abril somou 1,53 milhão de toneladas. Um alta de 43,65% em comparação ao mesmo período de 2022/23, quando foram produzidas 1,07 milhão de toneladas, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (UNICA).
Já as exportações de açúcar fecharam abril em queda, quando comparado ao mesmo mês de 2022. Foram US$ 458,3 milhões (-9,7%) e 969 mil t (-26,2%).
A queda no faturamento tem relação direta com a baixa nos volumes embarcados; foram 344 mil t do adoçante a menos. No entanto, no acumulado de 2023 (janeiro a abril), os volumes estão maiores do que em 2022 e somam 5,96 milhões de t (+ 2,4%), enquanto as receitas totalizam US$ 2,70 bilhões (+19,8%). Os dados foram compilados pelo Mapa.
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E com as preocupações relacionadas a quebra de safra na Ásia, bem como a maior chance de ocorrência do El Niño no Brasil, os preços do açúcar seguem com comportamento de alta. Portanto, observar o clima na região Centro-Sul neste próximo mês, especialmente o regime de chuvas, buscando compreender os impactos nas operações de colheita e andamento da moagem.
Será fundamental para o acompanhamento da safra, avaliam os especialistas Prof. Dr. Marcos Fava Neves, Vinicius Cambaúva e Vitor Nardini Marques.
No primeiro mês da safra 2023/24 na região Centro-Sul, foram moídos 34,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, contra 29,3 milhões no mesmo período do ano passado, segundo a UNICA. Uma alta de 18,8%. Lembrando que a 2ª quinzena do mês registrou um grande volume de chuvas que inviabilizou as operações de colheita em algumas regiões.
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Ao término de abril, 209 usinas estavam em operação na região (eram 184 no mesmo período do ano passado), sendo 197 unidades para processamento de cana, 7 exclusivas para fabricação do etanol de milho e outras 5 usinas “flex” (que produzem etanol tanto com a cana como com o milho), avaliam os especialistas.
Em relação ao teor de ATR (Açúcar Total Recuperável) na cana, a 2ª quinzena de abril registrou melhora no indicador com 112,79 kg por t (+ 2,34%). Já abril fechou com 110,88 kg de ATR por t de cana-de-açúcar, alta de 2,5% em relação ao mesmo mês de 2022.
No mercado de CBios, dados da Bolsa de Valores Brasileira (B3) indicam que até o dia 09 de maio, 10,93 milhões de CBios foram emitidos. No contexto do RenovaBio, 44,30 milhões de créditos de descarbonização haviam sido adquiridos pela parte obrigada no programa até a data em questão.
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Vale lembrar que esse valor representa o estoque de passagem em 2021, mais os créditos adquiridos em 2022 e 2023, considerando a postergação do prazo vigente no programa.
No etanol, abril registrou produção de 1,76 bilhão de litros do biocombustível, alta de 17,45% na comparação com abril passado. Destes, 1,12 bilhão de litros ou 63,6% correspondem ao hidratado (-10,42%), enquanto o anidro mais que dobrou, com 634,40 milhões de litros produzidos (+ 161,2%). Ainda de acordo com a UNICA, 24,6% do total fabricado (ou 432,3 milhões de litros) teve o milho como matéria-prima, alta de 53,8% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
Já em relação às vendas, foram comercializados 2,08 bilhões de litros de etanol em abril, queda de 6,0%, sendo que 93,75% foram vendidos no mercado doméstico e 6,25% destinados à exportação.
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Em relação às vendas domésticas, 1,12 bilhão de litros do hidratado foram comercializados pelas usinas com as distribuidoras em abril, queda de 18,5%; e do anidro, foram 833,8 milhões de litros, alta de 13,8%. Já no mercado externo, foram vendidos 90,76 milhões de litros do hidratado (+ 143,52%) e 36,48 milhões de litros do anidro (+47,7%). Os dados foram também compilados pela UNICA.
Por fim, em relação aos preços, o Indicador Semanal do Hidratado Combustível em São Paulo (Cepea/Esalq) estava em R$ 2,6373/litro em 12 de maio. Há um mês, os preços eram de R$ 2,8953/l, ou seja, está aproximadamente 26 centavos de real mais barato ou 8,9% a menos. Vale lembrar que na semana de 20 de abril, os preços chegaram a R$ 3,0917/l. O início da safra na região Centro-Sul, que ampliou a oferta do biocombustível, é o principal fator que explica o comportamento de baixa.