A direção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), fez nesta terça-feira, dia 7 de junho, uma avaliação positiva da proposta do Governo Federal de zeragem dos impostos federais e estaduais dos combustíveis, considerando seus efeitos na atividade e controle da inflação.
O presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, pediu, contudo, atenção ao diferencial das alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do etanol, que em alguns Estados chega a ser de 50% em relação à gasolina.
A preocupação é que, com o imposto zerado a todos combustíveis, o etanol perca competitividade, levando à migração de consumo ao combustível fóssil – na contramão, assim, do objetivo de transição energética em direção a fontes menos poluentes.
“Só que precisamos ter um olhar mais atento à questão do etanol versus combustíveis fósseis“, advertiu Leite, em entrevista ao Estadão.
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A proposta apresentada pelo governo é “aparentemente” desproporcional porque combustíveis não renováveis, pela tributação hoje maior, teriam o maior impacto em preços. O risco é haver um desequilíbrio de demanda no mercado de combustíveis, com maior consumo de gasolina.
“A utilização de etanol tem que ser preservada, e com diferencial de preços em relação a combustíveis fósseis para não haver migração”, assinalou Leite.
Desempenho da Indústria Automobilística Brasileira
A associação de montadoras apresentou o balanço do setor nesta terça-feira (7), e mostrou que o volume total de veículos produzido em maio, pela primeira vez no ano, superou a marca de 200 mil unidades, feito que não ocorria desde dezembro passado.
Foram 205,9 mil unidades produzidas no mês, crescimento de 10,7% sobre abril. Também pela primeira vez em 2022 houve crescimento sobre o mesmo mês do ano anterior, de 6,8%.
Com produção em alta e mais dias úteis, maio também registrou bons resultados nas vendas ao mercado interno, com crescimento pelo quarto mês consecutivo.
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Os 187,1 mil autoveículos licenciados representaram uma elevação de 27% sobre abril, quase empatando com o resultado de maio de 2021 (aqui houve ligeira redução de 0,9%). A média diária de 8,5 mil unidades foi a maior do ano, crescendo 10% em relação a abril.
As exportações de 46,1 mil unidades em maio significaram alta de 2,8% sobre o mês anterior e de 24,6% sobre maio de 2021. No acumulado do ano, já se exportou 19,4% a mais em unidades que em 2021, e 27% a mais em valores, graças ao bom desempenho dos produtos brasileiros em mercados como Colômbia e Chile, entre outros países da América Latina.