Enquanto o Centro-Sul do Brasil lidera há mais de duas décadas a mecanização quase total da colheita de cana-de-açúcar, a realidade no Nordeste, devido às condições desafiadoras das lavouras, está passando por uma transformação notável.
Em Alagoas, a mecanização da colheita está ganhando terreno rapidamente.
Em entrevista ao programa Alagoas Rural da TV Pajuçara/Record, Ricardo Jorge, diretor da Tecmaq, concessionária da marca Case IH, há cinco anos, apenas 20% da colheita alagoana era mecanizada.
Hoje, esse número aumentou para 35%, e a expectativa é alcançar entre 70% e 75% nos próximos cinco anos.
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Durante um dia de campo na Usina Caeté, em São Miguel do Campos (AL), produtores tiveram a oportunidade de conhecer de perto a máquina da Case IH, a Austoft 4010 Maxx, que vem revolucionando a colheita de cana na região. Segundo Jorge, para atingir essa meta, o número de máquinas precisará dobrar. Nos últimos cinco anos, o número de colhedoras em operação passou de 70 para 108 em todo o estado, e há potencial para chegar a 200 colhedoras.
A mecanização da colheita de cana não é apenas uma tendência, mas uma necessidade crescente devido à escassez de mão de obra e às vantagens econômicas. Estudos realizados junto às usinas mostram uma economia de até dois dígitos no custo de colheita mecanizada em comparação com a manual, por tonelada por hectare.
Além dos benefícios econômicos, a adoção da colheita mecanizada traz vantagens agronômicas significativas. Em uma região com menor índice pluviométrico, a palha deixada sobre o solo pela máquina retém mais umidade e, ao se decompor, enriquece o solo com matéria orgânica.
A entrevista de Ricardo Jorge destacou não apenas os avanços tecnológicos, mas também os benefícios ambientais e econômicos que a mecanização da colheita de cana está trazendo para Alagoas, impulsionando a modernização e a sustentabilidade na agricultura do estado.