Motor da economia brasileira, o agronegócio avança em números que surpreendem o cenário nacional e internacional.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que o PIB deve avançar 8% em 2023 depois de encolher 2% em 2022. Contudo, ideias e legislações protecionistas e precaucionistas podem trazer desafios para a competitividade do setor.
Para o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, no longo prazo, o aumento das restrições internacionais pode impactar de forma negativa a balança comercial brasileira.
“O setor seguirá trabalhando para manter o diálogo com os países e regiões importadoras de produtos brasileiros”, disse Carvalho, que abriu nesta quarta-feira (3) uma agenda de palestras, no auditório da Credicitrus, durante a Agrishow 2023 – 28ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação.
Carvalho ressaltou que o agronegócio é competitivo por se basear em ciência, em tecnologia, em produtividade e em sustentabilidade.
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“O setor segue investindo em capacitação criativa, em inovação tecnológica e em qualidade”, pontuou. Sobre a Agrishow 2023, ele mencionou que a feira tem um papel importante para o agro, ao trazer esses temas para discussão em suas agendas, além de reunir e equilibrar as cadeias produtivas.
“É um evento que une os elos produtivos, desde insumos à produção agroindustrial e de políticas públicas”, enfatiza.
Com expectativas de que o agronegócio bata novos recordes nessa safra, em especial a de grãos, que beira a casa dos 300 milhões de toneladas, o ex-ministro Roberto Rodrigues, estima que o agronegócio precisa ter atenção às barreiras internacionais, mas também a algumas demandas internas, como o acelerado crescimento e desenvolvimento tecnológico. “Como exemplo podemos citar o setor de bioinsumos que no país cresce 50% contra 20% no mundo”.
Bioeconomia, descarbonização, insegurança alimentar, agenda verde e a modernização do setor agropecuário são alguns dos temas que, segundo Carvalho, merecem maior atenção das instituições brasileiras.
“Desde 2000, a projeção de crescimento produtivo do agro é seis vezes maior. Tudo com ganho em produtividade e importantes avanços em tecnologia”, avalia.